All these accidents
That happen
Follow the dot
Coincidence
Makes sense
Only with you
You don't have to speak
I feel
Os três meses de "idade igual" acabaram e hoje tornas-te (ou tornaste-te) mais velho do que eu.
Não pude cozinhar para ti, não pude organizar qualquer festejo, não te cantei os parabéns (ninguém cantou), não te escrevi um cartão, não passei o dia contigo, não... Muitas coisas!
Mas o amor continua igual... Maior, certamente.
All that no one sees
You see
What's inside of me
Every nerve that hurts
You heal
Deep inside of me, oo-oohh
You don't have to speak
I feel
Estás a ficar crescido e é bom ver que, afinal, não passas daquele puto travesso e adorável que faz (bem feito) tudo o que lhe passa pela cabeça, que não perde o brilho no olhar, que... Me deslumbra!
Emotional landscapes
They puzzle me
Then the riddle gets solved
And you push me up to this
State of emergency
How beautiful to be
State of emergency
Is where I want to be
Não querendo parecer presunçosa, desejo contar estes dias por muitos e muitos anos e que tu estejas a contá-los comigo... Lado a lado... Ou frente a frente :)
Jóga - Bjork
All these accidents,
That happen,
Follow the dot,
Coincidence,
Makes sense,
Only with you,
You don't have to speak,
I feel.
Emotional landscapes,
They puzzle me,
Then the riddle gets solved,
And you push me up to this
State of emergency,
How beautiful to be,
State of emergency,
Is where I want to be.
All that no-one sees,
You see,
What's inside of me,
Every nerve that hurts,
You heal,
Deep inside of me, oo-oohh,
You don't have to speak,
I feel.
Emotional landscapes,
They puzzle me - confuse,
Then the riddle gets solved,
And you push me up to this
State of emergency,
How beautiful to be,
State of emergency,
Is where I want to be.
State of emergency,
How beautiful to be,
Emotional landscapes,
They puzzle me,
Then the riddle gets solved,
And you push me up to this
State of emergency,
How beautiful to be,
State of emergency,
Is where I want to be.
State of emergency,
How beautiful to be,
State of emergency,
State of, state of,
How beautiful,
Emergency,
Is where I want to be.
State of emergency,
How beautiful to be,
State of emergency,
Is where I want to be.
State of emergency,
How beautiful to be.
State of emergency,
Is where I want to be.
Eu estava na estação de comboios alheia ao que passa à minha volta. A confusão era tanta que eu mal percebia os meus pensamentos...
Tinha de sair daquela cidade!
Sofrer por alguém é pior do que sofrer por nós!
Eu amava-o! Ele nunca chegou a amar-me!
Durante anos (sim, anos!) submeti-me a uma condenação de tortura constante... Aquela tortura interior que nos leva a olharmos para nós e gritar:
- Não és digna do espaço que ocupas no mundo! És ridícula!
Chegou o dia de parar com o tormento!
E na estação de comboios eu estava...
Ao olhar para os meus alunos só conseguia pensar na minha filha de seis anos que estava algures numa estação de comboios a quilómetros de distância.
A minha cunhada (irmã da minha falecida mulher) estava encarregue de trazer a miúda até cá mas, à última da hora (já eu estava dentro desta sala sem hipótese de escapar), ela telefona-me a dizer que lhe aconteceu um contratempo qualquer que nem ela soube explicar e que não podia acompanhar a pequena na viagem.
- O quê?! - gritei eu.
- Não te preocupes, tenho a certeza de que ela fica bem! Só tens de estar na estação à hora prevista para apanhá-la!
- Apanhá-la?! - voltei a gritar.
Mas ela já tinha desligado!
Que raio de pessoa deixa uma criança de seis anos viajar sozinha de comboio?
Tentei telefonar-lhe de volta, sem sucesso; tentei descobrir o número da estação de comboios onde ela se encontrava mas conseguir que alguém atendesse foi tarefa impossível.
E a olhar para os meus alunos eu estava...
Espreitei o relógio... O tempo parecia não passar! Faltavam quarenta minutos para o comboio partir!
O ponteiro dos segundos parecia pesado e arrastava-se... Lento!
Olhei as pessoas... Alguns casais aqui, outros casais acolá; um ou outro turista que passava com a máquina fotográfica em punho; pais que se despediam de filhos; famílias completas com uma certa excitação por estarem prestes a fazer, deduzi eu, a primeira viagem de comboio; uma miúda...
Uma miúda? Bem, com certeza andaria por ali perto alguém da sua família mas, pelo sim, pelo não, decidi ficar de olho na criança. Em bicos de pés espreitei mais longe! Ninguém parecia importar-se com aquela bonequinha! Decidi aproximar-me!
Dos seus enormes olhos azuis saia o espanto com que ela olhava enfeitiçada para o enorme comboio que estava à sua frente!
- Olá!
Silêncio!
- Gostas de comboios?
Silêncio!
- A tua mamã?
Os olhos azuis pousaram em mim...
- A tua mamã? Sabes dela?
- Morreu!
"Morreu" não é aquilo que se quer ouvir de uma criança, principalmente quando se pergunta pela mãe.
- Estás perdida?
- Tenho de entrar no comboio! A minha tia disse-me que era este mas ele está parado há tanto tempo!
- Isso às vezes acontece! A tua tia onde está?
- Ela teve de ir embora!
- Está cá mais alguém contigo?
- Não! O meu papá está onde o comboio vai parar.
- Posso ver o teu bilhete?
A mãozinha saiu de bolso e consigo trazia o bilhete.
- Sabes o que é muito bom? Eu também vou para o mesmo sítio! Podemos conversar durante a viagem, podemos fazer jogos...
- Podemos contar adivinhas? - perguntou-me com um enorme sorriso.
- Claro que sim! Mas tens a certeza que não está cá ninguém à tua procura?
- A minha tia foi embora.
- Chamo-me Cláudia e tu?
- Estrela!
Tic-tac...
Como estaria a Estrelinha?
Os meus alunos olhavam para mim como se esperassem alguma coisa mas eu não tinha cabeça para aquilo...
Queria abraçar com a minha estrelinha!
Como estaria ela? Assustada, com certeza!
A viagem não poderia ter corrido melhor!
Conversamos, contamos adivinhas, inventámos jogos até que ela adormeceu no meu colo.
A Estrela tinha apenas seis anos mas tinha uma inteligência muito desenvolvida!
Estávamos quase a chegar ao destino quando eu tive de a acordar do seu sono e vê-la abrir os enormes olhos azuis foi um momento mágico.
Finalmente!
O comboio chegou!
Onde está a minha Estrela? Já sairam tantas pessoas! Será que ela não entrou no comboio? Não, a irresponsável da minha cunhada disse que ficava lá até ela entrar!
- Vamos esperar que estas pessoas saem e depois saimos nós. Está bem? Vais ter de olhar bem para encontrares o teu papá!
O comboio está quase vazio e nem sinal da minha menina!
É ela? Sim, já estou a vê-la! Que alívio!
Quem é aquela que vem de mão dada com a minha estrelinha?
- Papá!!! - ela gritou e eu corri para ela.
- Papá!!! - ela gritou ao mesmo tempo que largou a minha mão e desatou a correr.
- Você deve ser o Carlos! Eu sou a Cláudia! Conheci a sua filha antes de entrar no comboio e decidimos fazer companhia uma à outra.
- Não sabe como lhe estou agradecido! A desgraçada da tia ficou em acompanhá-la mas teve de ir fazer sei lá o quê... Nem sei como agradecer!
- Eu sei! A Estrela contou-me onde fica a vossa casa e eu vou para lá perto... Será que me pode dar boleia?
- Claro!
Há muito tempo que não via a Estrela tão contente como naquela tarde... Alegre, distraída e muito faladora.
Conhecer a Cláudia foi um bom presságio! Ela vai ficar perto de nossa casa e a Estrela poderá vê-la sempre que quiser.
Finalmente a Estrela tem uma presença feminina na sua vida, a mãe morreu quando ela ainda mal dava os primeiros passos e a tresloucada da tia não é boa influência!
Talvez para mim também seja bom...
Talvez convide a Cláudia para um café.
A viagem de carro foi tão boa como a de comboio. Conhecer a Estrela e o seu pai foi um bom presságio para o começo da minha nova vida!
Poderei ver a Estrelinha sempre que quiser; as nossas casas ficam próximas... E, cá entre nós, se o Carlos me convidar para um café, sou capaz de aceitar!