- Quem sou, agora?
Ela perguntou e ele respondeu:
- O meu mundo!
Terá ela ouvido estas palavras ou foi fruto da sua imaginação?
Dias e noites passaram desde que se abriu uma fenda na sua existência.
E ela...
Ela duvida das suas capacidades mas esconde-se por trás daquilo que ainda tem para dar.
- O que foi que aconteceu comigo?
Ela pergunta.
- Tornaste-te no meu mundo!
Ele respondeu?!
Uma nova manhã nasce e é apenas um novo dia...
Novo dia mas sem novidades.
Há tempo demais que as horas são iguais.
Ela abriu os olhos e o sol entravam pela janela que nunca abre.
Os seus olhos fecharam-se numa tentativa de afastar a luz que a incomodava.
Foi mais uma noite mal dormida.
Entre sustos e dúvidas, entre pesadelos e choro...
Uma noite a juntar a tantas outras.
No espelho ela não se reconhece .
Não sabe quem é aquela mulher que a observa!
Não sabe que distorção da sua imagem pode ser aquela que vê num pedaço de vidro!
Por momentos pensou que chovia lá fora mas eram as suas lágrimas que a inundavam num sofrimento que se tornou real...
Mais real do que alguma vez imaginara.
As mãos pousadas no lavatório suportam o peso do seu corpo.
Seria tão fácil deixar-se ir abaixo... Agora.
Seria tão fácil ser-se consumida pela dor... Agora.
- Agora, o que sou, agora?
Ela pergunta ao espelho.
As palavras do seu reflexo não são mais do que lágrimas.
- O meu mundo!
Ele terá respondido?
Ela não sabe nem ninguém lhe dá certezas...
Escolheu uma roupa ao acaso,
Arrumou a cama solitária que esconde os seus segredos, que enxuga as suas lágrimas nocturnas,
E saiu...
Ninguém sabe ao certo para onde se dirige, talvez nem ela o saberá.
Mas há uma rotina definida que se recusa e abandonar...
Por isso saiu...
Perdida nos seus pensamentos, fez-se à estrada.
É mais um dia entre tantos que já passaram e outros que hão-de vir.
Nas horas que se seguiram, ela tentou abstrair-se dos problemas,
Tentou sorrir,
Tentou viver,
Tentou ser aquela pessoa que sempre fora...
Nos momentos que fica sozinha, sombras pairam sobre a sua alma como tempestade prestes a romper num sem fim de desgostos que se amontoam na sua consciência.
Ela sabe que terá de voltar para casa,
Aquela casa que testemunhou o fim,
A mesma casa que construiu mas que, agora, quer derrubar.
O relógio diz-lhe:
- São horas de regressar!
E ela entra no carro.
Tem vontade de fazer-se à estrada e só parar quando chegar ao fim do mundo.
Fugir...
Esquecer e ser esquecida!
Quando dobrou a esquina sentiu um aperto no coração.
A casa ergue-se por entre as brumas da solidão, a porta espera ser aberta e as paredes querem ouvir os lamentos, querem esconder o sofrimento.
- Porque voltei?
Ela pergunta e parece-lhe que alguém respondeu :
- Porque és o meu mundo!
Por entre corredores intermináveis, por entre quartos e salas vazios,
Ela procura o dono daquela voz,
Ela procura a essência da sua vida...
É então que entra no seu próprio quarto e vê,
A sua cama grande, vazia e fria...
A sua roupa sem cor, sem brilho, sem magia...
Os móveis que decoram mas que não a preenchem...
E ali estava, o motivo, a razão, a sua vida!
- Até amanhã.
Ela diz.
- Até amanhã.
Responde-lhe aquela pessoa a quem ela confiou o seu tesouro enquanto estivera fora.
De volta ao quarto ela sentiu o ar a entrar nos pulmões.
Tinha-se esquecido daquela sensação...
A sensação de ter por quem respirar.
Ele abriu os olhos, acabara de acordar do seu sono tranquilo, e sorriu para ela.
Ela sorriu para ele e estendeu-lhe os seus braços.
Pegou-lhe com cuidado, com receio, com alegria.
- És o meu mundo!
Ele disse-lhe com o olhar... Sempre o dissera!
- És o meu mundo!
Ela disse com palavras,
Ele disse com a sua expressão de anjo.
- És o meu mundo!
Repetiram com a convicção de nunca deixarem de viver um para o outro.
E a noite chegou...
O sono apodera-se do corpo...
Ela deita aquele pequeno ser ao seu lado.
E a cama deixa de ser vazia, deixa de ser fria...
Os sonhos chegam...
O dia começa!
Mais um dia para viver, mais lutas para vencer,
Mas ela olha para ele e sabe que tudo faz sentido...
A vida, a luta, batalhas travadas, noites em claro, os dias escuros...
Por ele...
Faz sentido!!!
Está a chover lá fora, está um dia escuro e frio...
Mas eu sei que há amor disposto a aquecer os vossos corações...
Podem pensar que não... Mas eu estou aqui...
A pensar em cada um de vós... Que me visitam, que ficam para ler, que permanecem comigo...
Este post é dedicado à "DivaeGugas " mas tem um bocadinho de todos nós, é importante que encontremos a nossa razão... E tudo fará sentido!
Beijinhos para todos!!
Um momento...
Foi num momento de simplicidade que olhei para mim e vi...
Sozinha na vida!
Sozinha na dor!
Sozinha no mundo!
Quantas vezes pensei ser sufocada pela minha própria sombra?
Quantas vezes senti ser despedaçada pelo meu próprio pensamento?
O céu cai...
Cai por entre nuvens de tempestades vazias de razão mas cheias de raiva.
Tenho tanto medo!!!
Vejo os minutos a passar como horas que se arrastam pelo tempo perdido que tem sido a minha vida.
Vejo o dia passar à noite e a noite a ser interminável...
O escuro que me envolve, o escuro que me aperta, a sombra que me assombra...
Fui sempre assim?
Se tiver que responder direi: "Não!"
Por vezes recordo os sonhos que se tornam em realidade mas é num ápice que percebo o pesadelo que esses mesmos sonhos se tornaram.
É esta a minha vida?
Se tiver que responder direi: "Não fui eu que a escolhi!"
Mas faço o melhor que posso... Quando as memórias da tua presença não me envolvem.
Um segundo...
Foi num segundo...
Olhei à minha volta e percebi,
Não tenho um abrigo que me proteja, umas asas que me façam sentir segura...
Sonhos para sonhar, mundos para idealizar...
É assim a solidão?
Se tiver que responder direi: "Não sei!"
Mas sei que dói, sei que me despedaça em mil pedaços impossíveis de colar.
O céu caiu...
Vi-o largar o horizonte e aterrar como pássaro perdido... Aos meus pés.
Tenho medo!!!
Ouço passos nos corredores do pensamento mas se chamo por ti não ouço a tua voz...
Vejo uma sombra a caminho do meu coração mas se chamo por ti não ouves a minha voz...
É assim que vou ficar?
Assim irei acabar?
Se tiver que responder direi: "Talvez!"
As portas vão-se fechando e eu perco as forças que me permitiriam abri-las.
Mas bastou um momento, um segundo de reflexão...
Fechei os olhos e percebi...
Ordenei-me a olhar para mim, mandei-me olhar para minha vida,
E vi...
Não sou "eu"... Eu sou "nós".
"Nós"!!!
Eu e tu, criança inocente...
Sorri.
Um sorriso que me trouxe lágrimas...
Um sorriso que me trouxe gratidão!
Estou sozinha?
Se tiver que responder direi: "Não!"
Nem por um único momento, nem em pensamentos.
Sou forte, tenho de o ser, e hei-de estar na linha da frente em todas e cada uma das batalhas que terei de travar!
Porque eu não sou "eu".
Sou "nós".
Este post deveria ter sido publicado ontem mas, porque o dia é longo mas o tempo é pouco, não consegui publicá-lo.
De qualquer maneira, comecei e acabei de escrevê-lo sem muito em que pensar.
E a razão é simples....
As palavras saíram umas atrás das outras como se a minha voz pudesse chegar a todos que me lêem... Principalmente à "coisasdecoração " (a quem o dedico):
Eu sei que tens muitas dúvidas, tens os teus receios... Mas não estás sozinha e nunca irás falhar... Força!!!
Beijinhos a todos.
Ela chegou...
Os pés descalços tocaram a areia e logo ali ela soube que estava em paz... Uma paz que a atormentava pois as imagens do passado, ela sabia, nunca desapareciam.
Consigo ver...
A sua expressão serena nada mais é que um engano à primeira vista. Quem olhar com atenção sabe que agora ela está perdida nos pensamentos, à procura de uma resposta ou de uma simples razão para não se afogar naquele mar de desilusões que se estende à sua frente.
Passo após passo... Ninguém sabe ao certo para onde se dirige, nem mesmo ela...
Vejo...
Com um movimento frágil limpa a lágrima que o seu coração deixou escapar e respira... Sente o ar a entrar nos pulmões e retoma o passeio.
- Porquê?
A pergunta viaja no ar e volta sem resposta.
O coração parece quer-lhe sair do peito... E é nesse instante que ela percebe que esse coração, o seu coração, ainda está com ela.
- Ofereci-to!
Disse ela... Baixinho como que nem ela própria quisesse ouvir tão cruel palavra.
Terá sido o seu amor em vão?
Terá sofrido às mãos do destino?
Ninguém sabe como responder...
Ela fechou os olhos? Não tenho a certeza...
Mas sei que se sente sozinha, que precisa de um abraço, de um ombro, onde desabafar, onde chorar sem receio de ver as lágrimas que derrama.
Como é pesada a saudade!!!
A areia envolve os seus pés e, logo de seguida, as ondas do mar arrastam esse refúgio...
Como a sua vida...
É verdade; houveram momentos em que ela estivera protegida, longe dos perigos, mas hoje ali está ela... À procura de sossego, ao encontro de sonhos que, em tempos, julgara ser a sua realidade.
- Não sei!
É tudo o que ela sabe...
- Não sei qual o caminho que escolheste!
- Não sei o que te levou a ir!
- Não sei que silêncio é este que todos os dias me ofereces!
- Não sei onde viste o erro!
- Não sei....
- Não sei porque não me dás motivos, porque não explicas, porque não estás aqui!
O vento liberta o seu cabelo e ela permenece...
De pé...
Olha o mar, olha o céu, e vai respirando como se o ar aliviasse a dor que ela carrega.
O vento acaricia a sua face e ela permanece...
Sozinha...
Fecha os olhos e vê a cara dele, o seu sorriso, o seu olhar.
- Como pude acreditar?
Outra lágrima que cai... Mais uma lágrima por ele...
Vejo...
Ela dá um passo em direcção ao mar, os olhos cerrados, como que guiada pela vontade de desaparecer.
Outro passo...
E pára!!!
A água cobre os seus pés, sobe aos tornozelos.
- Deixa-te ir!
Grita a consciência.
- Não posso aceitar a derrota.
É a resposta que ela encontra.
Tantos sonhos desfeitos, tantos motivos para chorar...
Mas ela sabe... Ele não merece!
Tantos desejos jogados ao lixo, tantas razões para chorar...
Mas ela sempre soube... A dor vai abrandar.
Tem dentro de si uma luta... Uma batalha que será eterna.
Entre a dor do coração (que não sabe viver sem ele),
E a certeza da consciência (que se recusa a levar com as culpas).
O sol esconde-se, é hora de deixar a lua brilhar.
O frio começa a fazer-se sentir mas ela não quer sair, não quer abandonar aquele instante de libertação.
No céu, anjos e demónios dão as mãos numa tentativa de transmitirem esperança.
Esperança...
Que esperança poderá ela ter?
Viu a sua vida a afundar-se nos destroços infindáveis do seu próprio coração!
Ela não sabe... Mas vai saber...
Que, um dia, terá nas suas mãos o destino deste mundo e será rainha no seu reino imaginário, moldado aos seus sonhos, pintado pelos seus desejos.
Um dia...
Não será hoje, não será amanhã...
Será num dia!
As primeiras estrelas aparecem no céu escuro, quase tão escuro como a sua alma, mas ela não as vê... As lágrimas são grossas e saem sem esforço.
- E assim acaba?
Mais uma pergunta a juntar a todas que faz sem ter quem lhe responda...
É então que vejo...
Sei que vi...
Um anjo desceu dos céus e envolveu-a com as suas asas macias e doces.
Ela ainda não sabe...
Uma sensação de paz envadiu o seu corpo em mil emoções que nunca antes sentira.
- Isto não é o fim!
As palavras que ela disse...
- É apenas o princípio!
Finalmente, percebera.
As ideias começaram-se a formar e a conclusão não tardou:
- Eu sei que serei forte, eu sei que terei momentos de fraqueza, eu sei que nunca me hei-de esquecer de ti mas também sei que não posso permitir que me atormentes, eu sei que sentirei saudades tuas, sei que haverá segundos que me esquecerei da tua cara. Tenho a certeza de que a tua presença nunca me abandonará mas não vou deixar que sejas uma sombra. Vou lutar... Não por ti, não por o teu amor, mas sim pela minha vida, pelos
sonhos que não conseguiste destruir.
E um anjo chorou.
Ela não sabe como foi capaz de pronunciar tais palavras... Palavras de esperança.
Tantas coisas que não sabe...
Mas sabe que não estará sozinha... Haverá sempre pelo menos uma alma no mundo que lhe faça companhia.
Tantas coisas que aprendeu.
E o anjo subiu aos céus... A missão fora cumprida.
Ela virou as costas ao mar...
O mesmo mar de incertezas, de sofrimentos, de apertos... De solidão.
E caminhou.
Sorriu...
E voltou de novo a ser ela.
Desejo, desde já, uma óptima semana a todos que me visitam.
Beijinhos para voçês...
Em especial para "aminhadortemoteunome" a quem dedico este post com todo o meu coração.
Todos nós temos vontades e desejos capazes de mover montanhas...
Todos nós temos segredos e pensamentos que não queremos desvendar...
Todos nós temos folhas escritas, seja nas páginas da alma ou seja no papel, folhas essas que não são mais do que os nossos sonhos...
Os sonhos que sonhámos quando estamos acordados.
Todos temos uma jóia dentro de nós.
Não é daquelas jóias que as rainhas usam nas suas coroas, não é daquelas jóias que as noivas usam com orgulho no dedo anelar, não é daquelas jóias que usamos no dia a dia e que nos foi oferecida por alguém que amámos.
É uma jóia com um valor incalculável mas que, infelizmente, nem todos nós sabemos como usá-la.
Uma jóia de seu nome "coração"!
Queria ter a chave que abre o coração do mundo e poder espalhar magia, encanto, esperança...
Queria ter a chave que abre a porta do céu e deixar sair os anjos, dizer-lhes para envolver todas as almas com as suas asas...
E cada dia seria de paz!
Cada hora seria de sossego!
Cada minuto de amor!
Todos nós temos vontades que ultrapassam a realidade...
Todos nós temos sonhos capazes de voar alto...
Todos nós temos desejos muito para além dos objectivos ...
Queria ver esperança nos olhos daquelas pessoas que são perseguidas por problemas inacabados...
Queria abraça-las e dizer-lhes: "Amanhã será melhor!"
Eu só quero felicidade!
Apenas peço um mundo melhor!
Apenas...
É apenas um "apenas"...
E não é difícil , não é impossível...
Bastava usar a nossa jóia...
O coração que por vezes fica esquecido...
Queria ter a chave que abre cada um destes corações solitários...
Estes corações que permanecem encerrados, perdidos, esquecidos da bondade...
Queria possuir o segredo que descodifica estes corações sombrios e libertá-los...
Vê-los a abrirem-se e sorrir por a pérola que transportam brilhar como nunca antes brilhara.
Muitos beijinhos a quem sempre me acompanha.
Um beijinho maior para a "Pérola" (a quem dedico este post e a quem estou eternamente agradecida pelos conselhos "capilares", lol ), por ela nunca se esquecer de usar a sua jóia e por saber dar grandes lições de bondade a quem a rodeia.
Entrei no café...
Escolhi a mesa isolada, aquela que se afasta de todas as outras mesas que estão preenchidas.
Pareceu-me estar ali pela primeira vez; apesar de pisar aquele chão todos os dias, foi como se fosse a primeira vez.
Houveram pessoas que saíaram, outras entraram para ocupar os seus lugares.
Cadeiras arrastadas, conversas no ar, o barulho da máquina ao tirar cafés, as notícias que passam na televisão...
Ainda não sei o que estou a fazer aqui... No mundo!
Olhei, está ali alguém que eu conheço,
- Olá.
- Tudo bem?
Um sorriso e o momento passa.
Estou de novo na minha companhia.
Por segundos considero pegar no jornal mas desisto da ideia. Deixo-o a descansar e penso.
Quero ter este momento para mim, quero ser um pouco mais invisível e escutar o que tenho para me dizer.
E penso...
São tantas as portas às quais quero bater, tantas campainhas que quero ouvir tocar.
Ouvir a chave a rodar e apresentar-me a quem está do lado de dentro:
- Sou eu, estou aqui. Não vais ignorar-me...
Tantas respostas.
Existem tantas palavras que, agora, quero apagar, varrer do pensamento, esquecer que as disse... Ou que as escutei.
Existem palavras que quero gritar, que me pesam no coração, que não sei dizer com um simples olhar... Ou com um sorriso sincero.
Quando levei a chávena à boca e o café aqueceu o meu corpo, regressei à realidade; aterrei no mundo, neste mundo que não escolhi.
Pousei a chávena, quase cheia, e prolonguei os segundos que, outrora, condenei por serem tão solitários.
Espreito lá para fora; as pessoas que passam tranquilas ou agitadas, a sorrir ou com expressões mais sérias, sozinhas ou acompanhadas... Vão passando, a caminho do destino.
Não procuro alguém, não quero encontrar conversas superficiais que me façam regressar a esta realidade que não pedi.
Só quero estar aqui sentada, por segundos ou por horas, a pensar na melhor maneira de fazer a pergunta:
- Porquê?
Receio a resposta.
A lágrima quer cair.
Talvez o meu coração tenha comunicado à minha alma que nada mais há a fazer.
O relógio diz-me que o tempo está a passar.
Será tarde?
Tantas coisas que não sei.
Tantas respostas que não encontro.
É estranho; quero ter este momento de paz só para mim mas é tão grande a vontade que tenho em ser abraçada!
E a lágrima cai... Sem esforço, sem ser preciso pestanejar; simplesmente cai.
Acabei o café, sem pressas, a saborear cada gota, a essência, como se fosse o elo de ligação ao sossego que anseio.
Ainda não sei como aconteceu mas olhei para a minha mesa, num milésimo de segundo, e percebi...
O pacote de açucar vazio e amarrotado, a colher pousada a seu lado e a chávena ainda quente... Tudo em cima do mesmo pires.
O pires que sou...
Tive sonhos que se desfizeram com a facilidade com que aquele pacote de açucar fora destruído.
Tenho a força e a vontade de lutar inquebráveis, tal como a colher que repousa quieta.
E tenho um coração tão vazio como a chávena está agora... Mas é um coração que continua quente e que poderá ficar cheio a qualquer momento.
Outra lágrima que cai...
Será de tristeza? Ou será por ter percebido que nem tudo está perdido?
Sou um poço de questões... Sempre o serei.
Mas cada dia é uma nova esperança, são certezas renovadas, e as respostas vão chegando... A seu tempo.
Com todo o tempo do mundo.
Paguei o café e saí.
O vento soprou nos meus ouvidos como se quisesse que só eu o ouvisse.
E sorri.
Ajeitei a gola do casaco e caminhei.
Tenho o dia à minha espera, há tanto para fazer.
E caminhei...
Cada passo que dou é uma etapa mas só eu poderei escolher a direcção.
Bejinhos a todos que se dão ao trabalho de parar por um segundo e ler aquilo que escrevo...
Um beijinho especial à "coisasdocoração" (este é para ti).
(nota: esta série de dedicatórias está a ser feita de um modo completamente aleatório)
Quantos sonhos sonha a lua quando nos envolve na hora de adormecer?
Por quantos minutos é capaz de parar o mundo quando o coração agarra a sua fonte?
Esta vida precisa de magia...
Ilusão à solta em cada amanhecer, um mundo encantado e diferente em cada hora.
Tenho mil estados de espírito ao longo de um só dia.
Queria ter assas e voar...
Das nuvens ao céu!!
Traçar um caminho no destino e ter a certeza...
Tenho o mundo nas minhas mãos.
Quero abrir a janela e dizer: "ESTOU VIVA!!".
Quantos sonhos dura o sono da noite ao amanhecer ?
Quantas voltas dá a Terra enquanto estou no meu quarto a pensar neste mundo que criei?
Precisámos de magia...
Fantasias e encantos, como se fossemos miúdos e todos os dias fosse dia de Carnaval...
Somos príncipes e princesas de reinos diferentes e longínquos , mas unidos num só objectivo: não deixar a esperança morrer.
Quantas vezes saí à rua e desejei ver as montanhas pintadas de azul e um céu cor-de-rosa?
Imagino as nuvens feitas de algodão doce.
Há tanto ainda por encontrar... Muito mais existe por descobrir!
Enquanto souber sonhar sinto-me tranquila.
Enquanto estou a divagar sei que estou a viver...
Mas quantas vezes imagino um sol só para mim?
Um sol que faria chegar, em simultâneo, aos quatro cantos da Terra...
Tenho mi desejos num só segundo.
Mil pensamentos, mil desejos, que se formam em mim, que criaram o ser que sou...
Os olhos que tenho e que uso para ver o mais pequeno dos pormenores.
Mas por quantas vezes desejei sorrir em cada passo que dou?
Quantas horas passei no silêncio, no escuro, a descobrir mil maneiras de ver uma luz, um sinal, que viesse secar as lágrimas ?
Uma voz de anjo que me diga: "Podes encantar o mundo, podes ser a salvação para alguém".
E o meu coração bate com vontade de viver.
Queria ter assas e voar...
Ver personagens de histórias encantadas que nunca acabam mal.
Quero abrir a porta e sair...
Espalhar magia por onde passo, para quem olho, em todos que pensam em mim.
Levo a mão ao bolso e tiro o pó que transforma este mundo no meu mundo, todos os países num só reino...
De paz, harmonia ...
De sonhos concretizados.
Enquanto souber sonhar a minha alma não envelhecerá.
Enquanto estiver a sonhar poderei realizar cada uma das mil quimeras que idealizei...
E vivo,
Entre o sonho e a realidade,
Sem nunca deixar de ser quem sou.
Beijinhos para todos que visitam o meu "cantinho", em especial para a "Bichana" (a quem dedico este post).
Se o meu post anterior, "A Solidão Que Me Preenche", é dedicado à querida "PingoDeMel", este post é dedicado ao "umdosdemim".
Deixo ao cego e ao surdo
A alma com fronteiras,
Que eu quero sentir tudo
De todas as maneiras.
(...)
E como são estilhaços
Do ser, as coisas dispersas
Quebro a alma em pedaços
E em pessoas diversas.
(...)
Se as coisas são estilhaços
Do saber do universo,
Seja eu os meus pedaços,
Impreciso e diverso.
(...)
Assim que eu me acomodo
Com o que Deus criou
Deus tem diverso modo
Diversos modos sou.
Assim a Deus imito
Que quando fez o que é
Tirou-lhe o infinito
E a unidade até.
Fernando Pessoa
A primeira quadra deste excerto poético da obra de Fernando Pessoa, foi, também, das primeiras palavras que "umdosdemim" fez chegar até mim.
Faço-lhe assim uma pequena homenagem em prol do bem que me faz ler os seus blogs e os seus comentários ao meu próprio blog.
Continuarei esta jornada de apreciação a quem me acompanha nesta viagem alucinante de sentimentos misturados...
Tentarei deixar aqui uma mensagem de agradecimento a todos que me puxaram para a vida que há em mim.
Obrigada à "PingoDeMel" pelo desafio que deu origem ao post "A Solidão Que Me Preenche" (estou aqui para mais desafios).
Obrigada ao "umdosdemim" pelas palavras sábias.
Amanhã estarei cá....
E o telefone tocou...
- Sim?
- Olá, sou eu. Estás a fazer alguma coisa de importante?
- Não. Estou a matar o tempo.
- Em casa?
- Sim.
- Estás sozinha?
Estou sozinha... Olho à minha volta... Sim.... Estou sozinha!
Não tinha sentido o peso da solidão até aquelas palavras entrarem no meu pensamento... "Estás sozinha?"
- Estou sozinha.
- Está bem. Liguei para saber se logo queres ir dar uma volta.
- Porque não?
- Ok, combinado.
E a voz calou-se, do outro lado da linha apenas morava o silêncio.
Pousei o telefone...
Dei uma volta pela casa; abri todas as portas, revistei todos os cantos... Era verdade: estava sozinha... Mas não tinha percebido isso até alguém mo dizer.
Eram quase dez horas da noite, a chuva teimava em cair. Pela janela vi as luzes que ao longe iluminavam uma estrada perdida nas memórias, uma estrada que levava as pessoas até aquele lugar que cada vez ficava mais cheio e mais impossível de eu própria me encontrar dentro dele.
Estou sentada em cima duma mesa (ali todos se sentam em cima das mesas) vejo tantas pessoas conhecidas, tantas almas que, como eu, foram parar aquele bar sem saberem porquê... Talvez por indicação de outro alguém, talvez por ser o local da "moda".
Vejo tantas pessoas...
Nesta mesa estão aquelas que me são mais próximas, aquelas que me convidaram, as mesmas que me arrastaram para aqui. Estarão a passar um bom bocado? Parece-me que sim! Riem, conversam, cumprimentam quem vai passando, ...
E eu?
Eu poderia fazer o mesmo mas... Sinto-me tão sozinha!
Dei uma desculpa e saí, fugi, sem olhar para trás.
Ao entrar no meu quarto, o único barulho que ouvi foi o da porta a fechar-se. Não mais havia música, não mais haviam gargalhadas, não mais haviam conversas...
Passei em frente do espelho e algo me fez parar, algo que me chamou a atenção. Dos meus olhos caíam lágrimas.
Olhei à minha volta; era apenas um quarto, o meu quarto, vazio de pessoas mas repleto de memórias, de sentimentos, de emoções.
Olhei para mim; era apenas eu... Eu! Sem companhia, num silêncio profundo, mas cheia de sonhos e de vontade de viver.
Senti-me mais completa do que nunca.
Limpei as lágrimas que, agora, caíam de alegria e ouvi a consciência.
Aprendi a diferença entre estar sozinha e sentir-me sozinha.
No meu mundo nunca me sinto sozinha; posso estar sozinha, posso passar horas a falar para as paredes, posso dar passeios intermináveis de mãos dadas comigo própria, mas não sinto aquela tristeza que ganho quando percebo que as pessoas que me rodeiam nunca serão capazes de me compreender.
O mundo que existe lá fora consegue ser muito solitário; posso estar com as pessoas mais chegadas (podem ser da família ou podem ser amigos), posso estar a passear, a conversar, posso sorrir com os lábios... Mas não sorrio com os olhos.
São muitas as vezes que me sinto excluída, que me sinto fora deste quadro...
São infindáveis as vezes que estou acompanhada mas que me sinto sozinha, tão perdida!
Isolo-me!
Preciso ter a certeza de que vivo, que existo.
Afasto-me!
Preciso de estar sozinha, preciso de ouvir o mundo... Libertar os pensamentos.
Mas não me deixo cair no esquecimento, não deixo que me condem à solidão, pois não suporto sentir-me sozinha (apesar de, por vezes, o sentir).
Não quero sentir-me abandonada, apenas quero ter os meus momentos de silêncio... A minha necessidade de ouvir-me e saber encontrar as respostas que procuro.
Posso ser uma miúda solitária mas não quero ser uma miúda sozinha.
meu blog na revista brasileira de música
o estranho caso de benjamin button
o que aqui revelo é para ficar entre nós