O dia correu bem, correu magnificamente bem.
Ri...
Chorei a rir...
Voltei a rir...
O dia correu mesmo bem.
... Até que...
Cheguei a casa, esperei pelas 21 horas para fazer o diário telefonema para a minha irmã e ela não atendeu.
Não me preocupei muito pois não é nada que não seja habitual, ou porque não ouve o telefone, ou porque está ao telefone com outra pessoa, etc.
Durante vinte e cinco minutos tentei ligar-lhe para o telefone fixo... E nada!
Mandei-lhe uma mensagem para o telemóvel... E nada!
Dois ou três minutos depois, o telefone toca, eu atendo e a minha diz-me que está a chegar das urgências...
- Uma frigideira de óleo a ferver caiu em cima da Filipa.
Eu fiquei calada, a tentar decifrar o que tinha acabado de ouvir.
A menina dos meus olhos (que mencionei nestes posts e aqui) e óleo a ferver são coisas que não combinam!
Lembro-me de ter respirado fundo e de perguntar o que é que lhe tinham feito, se lhe tinham colocado ligaduras (que coisa mais parva de se perguntar) e, enquanto a minha irmã tentava explicar os locais dos ferimentos, eu disse "vou já para aí" e desliguei.
Não quis saber da roupa que tinha vestida (o pijama), não quis saber do calçado que levava (chinelos de quarto), não quis saber de ter acabado de tomar banho e de estar como cabelo a pingar... Peguei nas chaves e lá fui eu.
A viagem, de cinco minutos (talvez menos) pareceu-me interminável.
Quando cheguei ao destino, quando toquei à campainha, quando me abriram a porta, só consegui correr para a sala e abraçar a minha menina.
A criança, sempre tão querida, só dizia "Não te preocupes, eu estou bem. Não chores que eu fico triste".
Como aconteceu:
Ela sentou-se no chão da cozinha para calçar umas pantufas, a frigideira escorregou do fogão, sem ninguém lhe tocar, e o óleo virou no chão até chegar-lhe ao corpo.
Felizmente, muito felizmente, não lhe caiu directamente no corpo, o que eliminou um cenário bem pior.
Ambas as coxas ficaram queimadas e a mão direita (que estava pousada no chão) também ficou queimada.
Agora ela porta-se como um adulto e é ela quem nos reconforta e diz que vai passar, que foi um acidente e que está melhor.
Se Deus existe, estava a olhar por ela!
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