Domingo, 30 de Março de 2008

 

E o telefone tocou...

 

- Sim?

- Olá, sou eu. Estás a fazer alguma coisa de importante?

- Não. Estou a matar o tempo.

- Em casa?

- Sim.

- Estás sozinha?

 

Estou sozinha... Olho à minha volta... Sim.... Estou sozinha!

Não tinha sentido o peso da solidão até aquelas palavras entrarem no meu pensamento... "Estás sozinha?"

 

- Estou sozinha.

- Está bem. Liguei para saber se logo queres ir dar uma volta.

- Porque não?

- Ok, combinado.

 

E a voz calou-se, do outro lado da linha apenas morava o silêncio.

Pousei o telefone...

Dei uma volta pela casa; abri todas as portas, revistei todos os cantos... Era verdade: estava sozinha... Mas não tinha percebido isso até alguém mo dizer.

 

Eram quase dez horas da noite, a chuva teimava em cair. Pela janela vi as luzes que ao longe iluminavam uma estrada perdida nas memórias, uma estrada que levava as pessoas até aquele lugar que cada vez ficava mais cheio e mais impossível de eu própria me encontrar dentro dele.

Estou sentada em cima duma mesa (ali todos se sentam em cima das mesas) vejo tantas pessoas conhecidas, tantas almas que, como eu, foram parar aquele bar sem saberem porquê... Talvez por indicação de outro alguém, talvez por ser o local da "moda".

Vejo tantas pessoas...

Nesta mesa estão aquelas que me são mais próximas, aquelas que me convidaram, as mesmas que me arrastaram para aqui. Estarão a passar um bom bocado? Parece-me que sim! Riem, conversam, cumprimentam quem vai passando, ...

E eu?

Eu poderia fazer o mesmo mas... Sinto-me tão sozinha!

 

Dei uma desculpa e saí, fugi, sem olhar para trás.

 

Ao entrar no meu quarto, o único barulho que ouvi foi o da porta a fechar-se. Não mais havia música, não mais haviam gargalhadas, não mais haviam conversas...

Passei em frente do espelho e algo me fez parar, algo que me chamou a atenção. Dos meus olhos caíam lágrimas.

Olhei à minha volta; era apenas um quarto, o meu quarto, vazio de pessoas mas repleto de memórias, de sentimentos, de emoções.

Olhei para mim; era apenas eu... Eu! Sem companhia, num silêncio profundo, mas cheia de sonhos e de vontade de viver.

Senti-me mais completa do que nunca.

 

Limpei as lágrimas que, agora, caíam de alegria e ouvi a consciência.

 

Aprendi a diferença entre estar sozinha e sentir-me sozinha.

 

No meu mundo nunca me sinto sozinha; posso estar sozinha, posso passar horas a falar para as paredes, posso dar passeios intermináveis de mãos dadas comigo própria, mas não sinto aquela tristeza que ganho quando percebo que as pessoas que me rodeiam nunca serão capazes de me compreender.

O mundo que existe lá fora consegue ser muito solitário; posso estar com as pessoas mais chegadas (podem ser da família ou podem ser amigos), posso estar a passear, a conversar, posso sorrir com os lábios... Mas não sorrio com os olhos.

São muitas as vezes que me sinto excluída, que me sinto fora deste quadro...

São infindáveis as vezes que estou acompanhada mas que me sinto sozinha, tão perdida!

 

Isolo-me!

Preciso ter a certeza de que vivo, que existo.

Afasto-me!

Preciso de estar sozinha, preciso de ouvir o mundo... Libertar os pensamentos.

Mas não me deixo cair no esquecimento, não deixo que me condem à solidão, pois não suporto sentir-me sozinha (apesar de, por vezes, o sentir).

Não quero sentir-me abandonada, apenas quero ter os meus momentos de silêncio... A minha necessidade de ouvir-me e saber encontrar as respostas que procuro.

 

Posso ser uma miúda solitária mas não quero ser uma miúda sozinha.

 



publicado por mafalda às 13:47 | link do post | comentar | ver comentários (31)

Sábado, 29 de Março de 2008

 

"Todas as bombas estão equipadas com sistemas electrónicos de tempo, que têm grandes números vermelhos a dizer quando é que vão rebentar.

 

Em todas as investigações policiais, é necessário visitar um local de striptease no mínimo uma vez.

 

Se desejar passar por um militar alemão, não será necessário falar a língua. Um sotaque alemão será o suficiente.

 

Se ficarem numa casa assombrada, as mulheres deverão invistigar quaisquer barulhos estranhos usando unicamnte a roupa interior mais provocante.

 

Quando confrontado por um terrorista diabólico, sarcasmo e piadinhas são as suas melhores armas.

 

Um homem a disparar contra vinte tem mais hipótese de matá-los do que vinte homens a dispararem contra um, se este for o herói.

 

A maior parte dos computadores portáteis são suficientemente potentes para anular os sistemas de comunicação de qualquer civilização extraterrestre invasora.

 

Não interessa se está em número inferior numa luta que envolva artes marciais - os seus inimigos espererão pacientemente para atacá-lo um de cada vez."

 

Ed Perratore

 

(este post foi retirado de um artigo da "Reader's Digest")

 

 

 MENSAGEM PARA A MINHA QUERIDA AMIGA "PINGODEMEL":

não esqueci o desafio... estou a trabalhar nele.

 



publicado por mafalda às 13:34 | link do post | comentar | ver comentários (2)

Sexta-feira, 28 de Março de 2008

 

esta é difícil, vou-me esquecer de mencionar mais de metade

 

Uiii!!!

Nem sei por onde começar.

Admiro muito o Johnny Depp, desde "Eduardo, Mãos de Tesoura" a "Piratas das Caraíbas", passando por "Charlie e a Fábrica de Chocolate", "A Nona Porta", "A Lenda do Cavaleiro sem Cabeça", "Chocolate", etc. Ainda não vi o "Sweeny Todd" mas sei que vou adorar.

Quentin Tarantino é o meu realizador de eleição e é dele aquele que considero ser o meu filme preferido: "Kill Bill". Sou apaixonada pelo argumento; mostra o que uma uma pessoa é capaz quando está determinada.

"A Cidade dos Anjos"; choro baba e ranho sempre que vejo este filme. Tão bonito e tão trágico...

"Matrix". Na minha opinião, a trilogia "Matrix" veio revolucionar o cinema.

"O Último Samurai" com Tom Cruise.

"O Tigre e o Dragão", de Ang Lee.

"Seven".... Quem não gosta deste?

"A Cidade de Deus". Impressionante a visão que dá das favelas no Brasil e é baseado em factos reais.

"O Piano".

"Sexto Sentido". Foi estranho ver o Bruce Willis fazer um filme destes mas adoro o modo como o filme nos surpreende no final.

"Harry Potter". Já perdi a conta aos filmes que vi (não foram assim tantos mas julgo que já vi todos os que sairam) e gosto muito. Gosto dos livros e ainda mais dos filmes.

"Clube de Combate". Brad Pitt em grande. Também é um filme que surpreende muito.

"O Clube dos Poetas Mortos".

"13 Fantasmas". É tão louco...

"Velocidade Furiosa". Não sei dizer porquê mas o Vin Diesel tem a capacidade de me fazer agarrar ao ecrã.

"Trainspotting"... Palavras para quê?

"Psico" na versão original.

"Sin City"... Genial!!

"A Raíz do Medo".

"Dogma", "DareDevil", "A Paixão de Shakespeare". Ben Affleck para dar e vender.

"Mr. and Mrs. Smith". Adoro a cena do jantar; quando eles já descobriram que têm de iliminar o outro e estão a jantar com aquela desconfiança de "quem será o primeiro a atacar?".

"Pretty Woman". O clássico dos clássicos.

Comecei a ver filmes franceses graças a' "O Fabuloso Destino de Amélie", também destaco "Um Longo Domingo de Noivado" e os quatro que constituem a sequela "Táxi" (que maluqueira!!!).

"Constantine". A luta entre o céu e o inferno continua... Keanu Reeves no seu melhor.

Musicais em geral.

"Os Outros", "As Horas, "Da Rússia com Amor"... Viva a Nicole Kidman!

Aqule tipo de filme "psicopata". Tipo "Pesadelo em Elm Street", "Sexta-Feira13", "Gritos", "Sei o que Fizeste no Verão Passado", etc.

"O Cabo do Medo". Gosto muito do Robert De Niro e acho que é neste filme que se nota o talento que o homem é.

"Ocean's11" e "Ocean's12". Não vi o 13 mas será, com certeza, um "delírio".

E tantos, tantos, tantos outros... (não sou capaz de me lembrar de mais).



publicado por mafalda às 15:55 | link do post | comentar | ver comentários (10)

 

mas não gosto mesmo....

 

Não gosto que me acordem com muita agitação nem que se ponham a falar alto para mim logo pela manhã.

Não gosto de discriminações.

Não gosto de fanatismos.

Não gosto de ter insónias.

Não gosto que façam acusações sem fundamentos.

Não gosto de violência. Uma coisa é ver filmes violentos, outra coisa é ver notícias com imagens violentas... É a diferença entre a realidade e a ficção.

Não gosto que molhem o meu cabelo ou de apanhar chuva assim que acabo de secá-lo. O meu cabelo é comprido demais para eu andar a lavá-lo mais do que uma vez por dia, portanto, é pensar duas vezes antes de fazer alguma maluqueira.

Não gosto do Manuel Luís Goucha, do Pierce Brosnan, do Paulo Gonzo nem do André Sardet. Não sou ninguém para criticar o trabalho deles mas não os suporto.

Não gosto que me apontem o dedo por ser um pouco "diferente".

Não gosto que mexam nas minhas coisas, principalmente se for nos meus cadernos.

Não gosto que me façam perguntas idiotas.

Não gosto de secar o cabelo. Eu sei que tenho de secá-lo mas aborreço-me só de pensar isso. O meu rico cabelinho já me chega ao fundo das costas.

Não gosto de estar a falar e alguém me interromper. Ainda gosto menos quando me interrompem para mudar de assunto.

Não gosto da TVI. Dá um filmezito que escapa, de vez em quando, tirando isso, não vejo mais nada nesse canal.

Não gosto que duvidem de mim quando tenho a certeza do que estou a dizer.

Não gosto de ir às finanças nem aos correios.

Não gosto de apanhar choques. Isto pode parecer estranho pois, talvez, é coisa que não lembre a ninguém mas eu apanho choques quase todos os dias no computador do meu quarto... É impossível esquecer!

Não gosto de dormir muito. Bem... Não sei se não gosto ou se, simplesmente, não consigo.

Não gosto de ir a caminhar e estar sempre a olhar para trás. Isto acontece-me mais durante a noite, seja na rua ou dentro da minha própria casa, não sei porquê mas vou a caminhar e dá-me para olhar para trás... Isto assusta-me! Lembro-me daqueles filmes de terror onde uma cena destas nunca acaba bem.

Não gosto de aparelhos a gás. Em minha casa figuram dois fogões a gás e um aquecedor... Não gosto nada deles. Estou sempre a ver quando é que explodem!

Não gosto de batatas fritas (apesar de come-las no "Bacalhau à Brás"), de ovos estrelados, de carne de porco, de marmelada nem de pimentos (por agora não me recordo de mais).

Não gosto de ver as coisas fora do sítio.

Não gosto de ficar com palavras entaladas na garganta. Digo sempre tudo o que tenho a dizer mas sem ofender ninguém.

Não gosto que sussurrem à minha frente.

Não gosto de fazer praia.

Não gosto da maior parte das bebidas alcoólicas. Não sou muito de beber.

Não gosto de aros (as meninas que estão a ler sabem ao que me refiro).

Não gosto de pessoas que se julgam superiores.

Não gosto de pessoas que tentam impor a toda a força os seus ideais, as suas crenças, etc.

Não gosto de ver livros estragados.

Não gosto de me sentir sozinha. Apesar que, por vezes, gosto de estar sozinha. Há uma grande diferença entre "sentir" e "estar".

 



publicado por mafalda às 14:41 | link do post | comentar | ver comentários (76)

Quinta-feira, 27 de Março de 2008

 

 agora, que penso nisto, talvez não goste assim tanto...

 

Gosto do facto de ter nascido numa sexta-feira 13.

Gosto de escrever; faz-me sentir livre e leve.

Gosto de fazer serão. Estar na cama ou no sofá a ver um bom filme (ou a série do costume), a escrever, a ler ou, simplesmente, a ouvir música no escuro.

Gosto da minha casa. Apesar de ter um número absurdo de divisões (16) é muito acolhedora e, o melhor, tem uma vista para as montanhas (ou serra) que é de cortar a respiração.

Gosto de castiçais. Tenho noventa e seis a decorar o meu quarto.

Gosto de passear à beira-mar; sentir os meus pés a calcar a areia e ouvir os sons do mar (mas não gosto de fazer praia).

Gosto de ver a chuva cair e gosto mais de ouvi-la quando estou quentinha na cama.

Gosto que me abracem, que me sosseguem e me digam palavras de conforto.

Gosto de crianças e de animais.

Gosto de caminhar; sair de casa sem destino certo, ver rostos familiares, trocar dois dedos de conversa e seguir caminho.

Gosto de passar horas com a minha irmã a falar pelos cotovelos.

Gosto de sentir o vento na cara.

Gosto de pessoas com sentido de humor; que saibam como animar e que saibam rir dos próprios erros.

Gosto de ouvir e poder aconselhar.

Gosto de acordar cedo; estar um bocadinho na cama, levantar-me com determinação e vestir a primeira coisa que agarrar (a minha roupa é 99% preta, portanto não há muito por onde combinar estilos).

Gosto da biblioteca da minha cidade; é muito completa e, ao mesmo tempo, muito humilde, é acolhedora e as pessoas que lá trabalham fazem-no pelo prazer de viver com os livros.

Gosto da vida ao ar livre; gosto do campo, de jardins, de espaços verdes em geral.

Gosto de estar informada.

Gosto de debates políticos.

Gosto de fazer fogueiras e ver a lenha a ser consumida pelas chamas (ATENÇAO: não sou incendiária).

Gosto de cozinhar; não sei fazer grande coisa mas sou especialista no "Bacalhau à Brás".

Gosto de palavras cruzadas, sopas de letras, sudoku... Todos os tipos de enigmas, quebra-cabeças,etc.

Gosto da minha cidade; é um vale, mesmo estando no centro da confusão nunca deixámos de nos sentir parte da natureza. As montanhas que a rodeiam fazem-me sentir protegida, é como se fosse intocável... O resto do mundo é lá fora.

Gosto de um bom jogo de futebol; não vejo apenas os jogos do meu Benfica, vejo todos quantos posso ver.

Gosto da minha coleção de cd's e livros.

Gosto dos filmes do Tarantino (parabéns a ele pois faz anos hoje).

Gosto do trabalho do Johnny Depp.

Gosto de ter o pacote da TvCabo com 91 canais (estive mais ou menos a contá-los e nem sabia da existência de metade deles).

Gosto de conduzir (mas não gosto assim tanto de estacionar).

Gosto dos meus momentos de silêncio; isolar-me por minutos, por segundos, e abrir a minha alma, deixar as emoções voar, estar em comunhão com o mundo.

Gosto de ter a consciência exacta de que existo.

 

 

(este post foi baseado numa ideia da minha amiga "pingodemel" a quem desde já peço desculpas por esta espécie de plágio)

 



publicado por mafalda às 17:10 | link do post | comentar | ver comentários (66)

Quarta-feira, 26 de Março de 2008

Não vou lamentar por ti

Não vou lamentar a vida de mágoa que me ofereceste

Não quero mais saber do que ficou para trás

Se não te importa, não me importa

Não me vou preocupar

Vou gritar : PÁRA!! e seguir um caminho

Vou ser de novo eu...

Vou ter novos sonhos, novos desejos...

Outros objectivos

Vou aprender a usar estas asas, vou voar

Chega de noites mal dormidas, chega de tormento

Vou gritar: VAI!! e vais embora, desapareces

É tempo a mais, dias a mais, em que morri por ti

Foi dor a mais, angústia a mais...

Tanto que sofri por ti!

Vou levantar a cabeça e deixarás de me conhecer

Já não rastejo a teus pés, não és meu dono

Vou gritar: VIVO!! e a minha vida será minha

Será minha, não tua

Vou sorrir para o espelho e rir-me do passado

Vou escolher o caminho iluminado e caminhar em frente

Vou ser forte, determinada, e deixar-te nas memórias...

Trancado a sete chaves

Vou gritar: SOU DE NOVO UMA PESSOA!!

E vou voltar a saber o que é viver

 

 

Fechei um capítulo do livro da minha vida. Não vou lamentar mais, não vou andar aos caídos... Chega!!! É hora de levantar a cabeça e olhar para o horizonte; ver alguma coisa para além desta escuridão. Deixo uma palavra de agradecimento a todos que me incentivaram. Obrigada a quem visitou o meu blog, a quem se deu ao trabalho de ler, a quem comentou... Foram muito importantes... Não só pelas frases mas também por me terem ajudado a sair do poço. Cheguei à conclusão que não vale lutar mais pelo que está perdido, pelo que já está enterrado no passado... Por quem não quer saber. Esta é a minha despedida. Foram dias a mais, foram pensamentos constantes de desistência, para no fim perceber que não há mais nada que se possa fazer. Baixei os braços. Estou ciente que haverão recaídas, mas saberei exteriorizar e seguir em frente. Esgotei-me! Cheguei ao limite. Chega!! É hora do ponto final... É tempo de enterrar as lágrimas. Quero ser outra pessoa e vou sê-lo... Vou ser aquela que sempre fui; com alegrias e tristezas, com sonhos e desgostos, com ilusões e desilusões... Mas nunca a rastejar por quem, talvez, já nem se lembre do meu nome.

 

 

Living In A Lie - Guano Apes

Dont give me names

You've got it all, you took it all away

Drove me insane

Who'd come down to earth, releasing me

Healing my wounds

Why don't you close the door when you're leaving me?

Now you'll run

Running all the way back to me again

 

Is not to end in shame

To fight an endless lie

I'm not to play a game

I won't be on your side

 

I found a way

To reach myself again but all I saw was shame

Drive me away

There's something deep in me waiting to escape

You think you know me

So why don't you close the door when you're here with me?

 

I'm here to end a game

I'm living in a lie

It's hard to give the same

I won't be on your side

 

I won't be on your side

 

I loved you a lot

To need you a lot

I leave you alone

 


música living ina lie-guano apes
sinto-me renovada

publicado por mafalda às 13:33 | link do post | comentar | ver comentários (12)

"Acredita que começar de novo, sem ti, é como ter a consciência exacta da respiração. Tornou-se um exercício penoso de sobrevivência.

Nesta minha vida de cá tenho uma arca de madeira cheia de coisas de que não gostarias, de incompreensões e deveres, de doenças e fracas conquistas.

Vou contar-te tudo, sem mentir, enquanto olho para a árvore cor-de-rosa de copa perfeita, vou contar-te tudo alto, como se a minha voz pudesse chegar a ti."

Patrícia Reis

 

 

 

Por vezes penso em ti no passado...

Deixo de me perguntar como estás agora, como vais passando os dias.

Sento-me em frente da fogueira e recordo os anos que passamos numa viagem de altos e baixos que acabou com o teu adeus.

Eras a última pessoa que pensava em perder e foste a primeira a abandonar-me.

Ainda não sei como é que isso aconteceu. Talvez as recordações desse dia tenham sido apagadas, talvez eu não queira acreditar que esta seja a realidade.

Ainda estou em negação.

Sou tão patética... Tão absurda!
Sempre estiveste comigo e eu sempre pensei que para sempre irias estar.

Fui tão ingénua... Tão estupidamente inocente!
No outro dia passei pela tua rua; não quis olhar as casas, não quis ver as pessoas...

Não te quis encontrar.

Mesmo sabendo que nesse dia estavas longe, estavas na cidade alta, não quis olhar os lugares onde estiveste, onde pertences.

Pergunto-me se te lembras da nossa última conversa.

Estava tudo tão bem... Tão estupidamente bem!
Queria tanto largar-te por uma vez!
Queria tanto pegar nas recordações e queimá-las na fogueira que está mesmo à minha frente!
Mas primeiro queria saber porquê.

Tenho tantas perguntas para te fazer, tantas respostas que já esqueci.

Tudo o que tenho tem o teu perfume, o teu toque, e o teu sorriso arrasa a minha alma, varre-me o pensamento.

Nunca mais vivi... Desde aquele dia.

Os passos que deste sem olhares para trás, sem queres saber do que cá ficou.

Sou um destroço.

Nunca coloquei a hipótese de ficar sem ti, sempre me acompanhaste.

Mesmo quando estavas na cidade alta, nunca me deixaste, sempre fizeste com que as tuas palavras chegassem ao meu coraçao.

Não dou um passo sem primeiro pensar em ti.

Não sei se conheces a sensação mas deixa-me dizer-te que sinto umas mãos a apertar-me o coração dentro do meu peito.

Respirar dói...

Pensar dói...

Viver mata-me!

 



publicado por mafalda às 11:38 | link do post | comentar | ver comentários (2)

Terça-feira, 25 de Março de 2008

Abro a janela...

Deixo que o vento entre e leve consigo toda a tristeza que deixas ficar.

Dou um passeio à chuva...

Estou com a esperança de que a dor se possa lavar.

É tão vazio o mundo que me rodeia e o mais triste é eu saber que não o posso preencher.

Não há regresso teu ao fim do dia, o que aos poucos me faz morrer.

Continuo à tua espera numa situação quase, quase descontrolada.

Vou perdendo o bom senso, vou perdendo toda a calma.

Não há paz nem caminho por onde a procurar.

Não há paz nem nada que nela me faça acreditar.

Foste embora sem senão, sem nada para dizer...

Então finge que não acabou, não me roubes o meu viver.

Abri a janela e as rajadas de vento trouxeram-me a tua voz.

Vou afogar-me na chuva porque simplesmente não há mais "nós".

 

 



publicado por mafalda às 15:30 | link do post | comentar | ver comentários (4)

Não quero falar de mim.

Não vou contar que ainda não te esqueci apesar do teu silêncio e de todo este tempo que tanto me custou a passar.

Não quero falar de ti.

Não vou confessar que me partiste o coração antes e depois de te dar o meu amor e que agora tudo o que faço é lamentar por te ter feito recuar.

Não quero falar de nós.

Não vou admitir que inventei a nossa história baseada em contos de fadas e que acreditei que seriamos aquilo que éramos antes de haver o sentimento.

Não quero falar.

Não quero ouvir a minha voz a ditar frases sem sentido só porque te quero dizer que sempre te amei mas que soube como o esconder sem sequer pensar muito nisso.

Não quero falar do que sinto nem quero falar no que te revelei numa noite fatídica em que não soube medir as consequências.

Deixa-me descansar.

Apenas quero pensar que tudo não passou de um pesadelo e que em breve irei acordar.

 



publicado por mafalda às 15:24 | link do post | comentar | ver comentários (4)

Uma estrela subiu aos céus numa lágrima que caiu. O brilho ofuscou o que havia para ver num eterro da consciência onde a esperança morreu. É a última noite. É o último sonho que tenho, em que durmo num descanso absoluto. O que era a vida já não sei justificar, não recordo os momentos que passei com o olhar no amanhã. Vou enterrar a consciência. É a última noite. A lua vai deixar de iluminar o caminho que percorro com algum do sofrimento que nunca deixei de sentir. As estrelas escondem-se por trás do escuro que o meu coração deixa escapar. É o último suspiro. E nada será como antes. A vida é apagada de vez e o passado não existe. Os sentimentos são enterrados e o amor permanece por descobrir. Esta é a última noite. É a minha última esperança.

 



publicado por mafalda às 15:17 | link do post | comentar

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