Segunda-feira, 19 de Janeiro de 2009

... se perco ...

... se acabo a chorar ...

... se me magoo ...

... se me arrependo ...

 

Não podemos deixar que "se's" deste tipo criem uma barreira entre aquilo que somos/temos e aquilo que queremos ser/ter!

 

Como Luís Sepúlveda escreveu:

"SÓ VOA QUEM SE ATREVE A FAZÊ-LO"

 

If You Give Up - Hands On Approach

 

if you don't wanna wait
you'll let me inside out
it's too hard for me
there's no easy way out

you don't know and don't ask how
but i'm gonna make it work again
you don't know and don't ask why
but i'm gonna make it once again

if you give up now, who's gonna loose
which one of us, is given up not being free
and if you give up now, who's gonna loose
which one of us, is given up not being free

there's something between us
that we can't shake out
it's cristal clear
that it ain't gonna last

you don't know and don't ask why
but i'm trying to make it work
i'm trying make it work

if you give up now, who's gonna loose
which one of us, is given up not being free
and if you give up now, who's gonna loose
which one of us, is given up not being free

just look around and see
who you really need
who you really love

if you give up now, who's gonna loose
which one of us, is given up not being free
and if you give up now, who's gonna loose
which one of us, is given up not being free

just look around and see
if you give up you won't be free
you won't be free yeah yeah

never look back


música if you give up - hands on approach
tags:

publicado por mafalda às 09:53 | link do post | comentar | ver comentários (14)

Sexta-feira, 16 de Janeiro de 2009

O meu pai é daquele tipo de pessoa que vive para dar...

Receber não é com ele! Não tem jeito e fica sempre com a lágrima ao canto do olho!

Também não é do tipo de ficar agarrado ao passado nem aos presentes que lhe oferecem... "A vida é para ser vivida e, quando formos, não levamos nada para a cova", diz ele.

 

No outro dia, andava eu à procura de um simples clip, quando resolvi ir à sua gaveta da mesinha de cabeceira.

Imaginem o que encontrei!

Entre cartões de débito já expirados, cadernetas bancárias desactualizadas, livro de cheques e alguns (poucos) documentos, estava um papelinho que primava pela diferença...

 

Com a data de 19 de Março de 1992 (ainda eu não tinha completado oito anos), o papelinho dobrado em três está em bom estado e as cores continuam vivas como se as palavras tivessem sido escritas ontem!

Abri cuidadosamente e lá dentro, com uma letra pequenina e torta, li o seguinte:

 

"Querido Pai,

Eu gosto muito quando tu brincas comigo e gosto muito daquela tartaruga que tu me deste e do biberão de brincar. Pai, tu és o Pai mais bonito do mundo.

Querido Pai, eu gosto muito de ti,

Soledade Mafalda"

 

A verdade é que não me recordo da tal tartaruga nem do biberão, nem tão pouco me recordava deste papelinho, mas de uma coisa tenho a certeza: o amor que tenho pelo meu pai nunca será recordado... Pois será sempre uma realidade!

 



publicado por mafalda às 11:05 | link do post | comentar | ver comentários (20)

Quinta-feira, 15 de Janeiro de 2009

Queria dizer-te tudo aquilo que sinto quando olho para ti e quando não estás aqui!

Mas as palavras esquecem-se do sentido que devem fazer...

E nada digo!

É uma espécie de tempestade que vai cá dentro!

Uma tempestade boa... Onde o calor aquece o vento.

O pensamento anda a mil à hora e eu fico como que parada no tempo!

Não sei!

Não conheço!

Não consigo explicar...

O bem que me fazes!

 

Bring Me To Life - Evanescence

How can you see into my eyes
like open doors
leading you down into my core
where I've become so numb?
Without a soul;
my spirit's sleeping somewhere cold,
until you find it there and lead it back home.

(Wake me up.)
Wake me up inside.
(I can't wake up.)
Wake me up inside.
(Save me. )
Call my name and save me from the dark.
(Wake me up. )
Bid my blood to run.
(I can't wake up. )
Before I come undone.
(Save me. )
Save me from the nothing I've become.

Now that I know what I'm without
you can't just leave me.
Breathe into me and make me real.
Bring me to life.

(Wake me up.)
Wake me up inside.
(I can't wake up.)
Wake me up inside.
(Save me. )
Call my name and save me from the dark.
(Wake me up. )
Bid my blood to run.
(I can't wake up. )
Before I come undone.
(Save me. )
Save me from the nothing I've become

Bring me to life.
I've been living a lie

There's nothing inside.
Bring me to life.

Frozen inside without your touch,
without your love, darling.
Only you are the life among the dead.

All of this time
I can't believe I couldn't see
Kept in the dark
but you were there in front of me
I've been sleeping a 1000 years it seems.
I've got to open my eyes to everything.
Without a thought
Without a voice
Without a soul
Don't let me die here

There must be something more.
Bring me to life.

(Wake me up.)
Wake me up inside.
(I can't wake up.)
Wake me up inside.
(Save me. )
Call my name and save me from the dark.
(Wake me up. )
Bid my blood to run.
(I can't wake up. )
Before I come undone.
(Save me. )
Save me from the nothing I've become.

Bring me to life.
I've been living a lie

There's nothing inside.
Bring me to life.

 


música bring me to life - evanescence

publicado por mafalda às 09:26 | link do post | comentar | ver comentários (12)

Quarta-feira, 14 de Janeiro de 2009

http://www.escribirte.com.ar/blogs/user/danielfernandez/Amor.jpg

(imagem retirada da internet)

 

Gosto de ti por seres quem és e não o que és.

Gosto de ti por saber-me bem ter-te por perto.

Gosto de ti porque sabes quando abraçar-me.

Gosto de ti porque me fazes gostar de mim.

Gosto de ti porque gosto.

 

Se Te Amo - Quinta Do Bill

Nada em terra e céu, nos pode ensinar
o que vai na alma, de alguém que recusa
deitar sobre o chão.
Eu não.

Oh, se te amo
se não tenho
oh, a vergonha
de o dizer.

E nunca esse acaso ou lei, eu entendi
o homem que em vão se agita
tão perto do mundo, tão longe de Deus.
Eu não.

Oh, se te amo
se não tenho
oh, a vergonha
de o escrever.


música se te amo - quinta do bill

publicado por mafalda às 13:56 | link do post | comentar | ver comentários (10)

Terça-feira, 13 de Janeiro de 2009

http://palavrasaovento.blogs.sapo.pt/arquivo/carta-de-amor.jpg

(imagem retirada da internet)

 

O Envelope Amarelo

 

Elsa chegou a casa num corrupio... Enquanto estacionava o carro, só conseguia pensar no trabalho que a esperava.

- Hoje é sexta-feira - disse para si - Vou mas é descansar um pouco, dar um jeito a este cabelo, pintar as unhas com outro verniz e mais logo tratarei da papelada.

A "papelada" nada mais era do que um monte de informações, fotocópias e processos... Elsa era advogada e estava agora encarregue daquele que parecia ser o caso da sua carreira, por isso, tinha de concentrar a sua força e atenção... E isso não aconteceria se não estivesse relaxada!

A ideia de um longo banho quente não lhe saia da cabeça e nem reparou na quantidade de papel que ocupava a sua caixa de correio mas, ao subir mais um degrau das suas escadas, houve algo que lhe chamou a atenção.

O vento que corria em todas as direcções fazia com que um folheto publicitário batesse na caixa de correio e Ela voltou para trás.

- Tanta coisa!

Mal entrou em casa, coreu para a banheira e meteu a água a correr. Só depois se deu ao trabalho de olhar para a correspondência... Era o mesmo do costume:

Um folheto de um hipermercado; outro folheto de outro hipermercado.

Um folheto de uma loja de electrodomésticos; outro folheto de uma loja de artigos para o lar.

A conta da água, a conta do gás, a conta da electricidade.

- Mas estes gajos lembram-se de enviar as contas todas ao mesmo tempo? - barafustou.

Entre folhetos de promoções e a conta do telefone, estava um envelope diferente...

De um amarelo torrado e mais pequeno do que os outros, aquele envelope trazia consigo o mistério do remetente.... Apenas o nome de Elsa e a sua morada ilustravam o papel.

Sem pensar na água quente que caía na banheira, sem pensar no vento gelado que assobiava fora daquelas paredes, Elsa abriu a carta com cuidado... Mil e um pensamentos gritavam na sua consciência e não resistiu a sentar-se no chão quando começou a ler.

 

 

"Querida Elsa,

Dei muitas voltas até decidir o que aqui escrever; primeiro pensei em começar com os cumprimentos habituais e o cliché do "como estás?", mas neste momento o que me importa é saber que tens este papel na mão e que o meu coração está nele.

Desculpa! Isto é sincero! Desculpa aquilo que te fiz passar!

Desculpa o meu virar de costas tão repentino!

Desculpa o silêncio destes anos todos que passaram!

Agora sei que deveria ter lutado mais por nós! Tu sempre deste o que tinhas e o que não tinhas e eu, tão mal habituado, não soube dar-te o valor que tanto merecias!

Já deves ter ultrapassado (desculpa-me também por levar-te ao passado) mas eu precisava de dizer-te tudo o que ficou por dizer! E queria, acredita que queria, dizê-lo cara-a-cara... Talvez, um dia, isso seja possível.

Nunca consegui esquecer-te da maneira que desejava... Quis deixar-te nas memórias mais escondidas, quis deixar-te no canto mais longínquo do meu coração, quis que fosses apenas mais uma pessoa na minha vida, mas o sentimento que tive por ti continua comigo e posso afirmar com toda a convicção que te amo tanto hoje como amei nos tempos inesquecíveis que passámos juntos.

Fui um parvo! Fui um menino mimado que fugiu assim que apareceu o primeiro problema! Eu sei que me perdoaste, embora não tenhas esquecido! Eu sei que sempre tiveste o dom de dar uma segunda oportunidade! Eu sei que não guardas rancor!

Deves estar a perguntar o porquê desta carta.

Finalmente percebi as dimensões do meu erro e, por muito que eu queira abraçar-te, beijar-te, tocar-te, não posso simplesmente aparecer à tua porta como se nada tivesse acontecido e gritar: Estou aqui!

Já não sou assim tão egoísta! Já não sou tão egocêntrico!

Não sou ninguém para aparecer do nada e esperar que me recebas de braços abertos... Por isso decidi escrever-te (mesmo sem saber se esta continua a ser a tua morada).

De tudo o que tenho para te dizer, resumo em duas simples palavras:

 

DESCULPA!

Por tudo.

 

OBRIGADA!

Por tudo.

 

Tu foste (e és) um verdadeiro anjo e eu quero que nunca te esqueças dos sorrisos que me provocaste.

Um beijinho do tamanho do mundo,

Carlos."

 

Elsa limpou as lágrimas que lavavam as suas faces e releu cada uma daquelas palavras.

- Porquê, Carlos? Porquê, agora?

A carta tinha a data de há quinze dias e Elsa ainda estava indecisa se deveria ou não entrar em contacto com Carlos.

Após alguns momentos a ponderar, resolveu procurar o número de telefone da casa da mãe dele para apenas ter a oportunidade de dizer-lhe que recebera a carta e que não valia a pena pensar mais no passado; ele poderia continuar com a sua vida sem sentimentos de culpa, há muito tempo que estava perdoado!

Os números foram marcados com cuidado para evitar enganos e a espera até alguém atender pareceu demorar horas.

- Estou, sim? - alguém disse.

- Dona Maria, é a senhora?

- Sim! Quem fala?

- É a Elsa!

- A Elsa?

- Aquela que namorou com o seu filho!

- Ah menina! Como estás? É tão bom ouvir-te!

- Estou bem, obrigada! O Carlos está por ai? Precisava mesmo de falar com ele!

- O Carlos não está, minha filha. Tu ainda não sabes?

- Não! Não sei de nada!

- Oh minha querida, o Carlos morreu na semana passada!

- Morreu?! - perguntou Elsa com a voz sumida.

- Ele tinha cancro e não sobreviveu.

Elsa despediu-se com a mesma voz sumida e dirigiu-se à casa de banho onde a água continuava a correr; com os olhos a arderem por causa das lágrimas que caíam sem tréguas, ela sentou-se no chão e apertou com força as últimas palavras que ele escreva.

- Eu perdoei-te! - sussurrou.

 

nota: texto de ficção criado por mim para a "Fábrica de Histórias"

 



publicado por mafalda às 20:46 | link do post | comentar | ver comentários (14)


http://pammy-apaixonada.flogbrasil.terra.com.br/1197205773.jpg

(imagem retirada da internet)

 

Talvez por seres o oposto do que antes gostei,

Eu veja semelhanças em nós.

Talvez por seres o contrário do que sempre desejei,

Eu perceba o tremor na minha voz.

 

Detestei-te!

Detestei-te ao ponto de te odiar!

Mas ao pegar na tua fotografia eu sei...

Eu sei que nesta vida o amor vem sem avisar.

 

Talvez por seres quem eu sempre recusei,

Eu sinta esta magia.

Talvez por seres muito mais do que pensei,

Eu não desista desta alegria.

 

"Faz!"

"Faz aquele teu olhar!", ouviste-me a pedir

E aquele olhar tu fizeste...

Sem nunca deixares de sorrir.

 

Não sei porque te abri assim o coração,

Talvez por perceber que és mais do que uma cara.

Juro que não sei onde fui buscar-te, adoração!

Talvez por as tuas palavras me abraçarem a alma.

 

Detestei-te tanto!

Detestei-te ao ponto de te odiar!

Mas percebi que era engano

E hoje adoro-te... Ao ponto de te amar!

 

Say What You Want - Texas

 

 


Say What You Want -

 

Twenty seconds on the back time
I feel you're on the run
Never lived too long to make right
I see you're doing fine
And when I get that feeling
I can no longer slide I can no longer run (oh no no no)
And when I get that feeling
I can no longer hide for it's no longer fun (oh no no no)

Yeah, you can say what you want
But it won't change my mind
I'll feel the same about you
And you can tell me your reasons
But it won't change my feelings
I'll feel the same about you

What I am is what you want to be
Now that I'm not there
Took the tables away from you
It's turned and I don't care
And when I get that feeling
I can no longer slide I can no longer run (oh no no no)
And when I get that feeling
I can no longer hide for it's no longer fun (oh no no no)

Yeah, you can say what you want
But it won't change my mind
I'll feel the same about you
And you can tell me your reasons
But it won't change my feelings
I'll feel the same about you

I've said goodnight try to sleep tight
Oh, just dream of me
Go close your eyes cause I'll close mine
The sun will shine from time to time
Will you dream of me again?

 

Yeah, you can say what you want
But it won't change my mind
I'll feel the same about you
And you can tell me your reasons
But it won't change my feelings
I'll feel the same about you

 


música say what you want - texas

publicado por mafalda às 09:19 | link do post | comentar | ver comentários (8)

Segunda-feira, 12 de Janeiro de 2009

Transportas-me para uma outra dimensão...

Onde o céu tem as cores do arco-íris e as casas são feitas de chocolate.

Onde as palavras são ditas pelo coração antes de serem pensadas.

Onde me vejo no teu olhar com a nitidez de um espelho nunca antes usado.

 

Transportas-me para uma outra dimensão...

Onde seres raros e fantásticos existem numa alegria encantada.

Onde os jardins não acabam e as flores são mais bonitas do que o imaginário.

Onde o meu coração se sente abraçado pela sinceridade do teu sorriso.

 

Is This Love? - Alison Moyet

In a fleeting moment, of a restless day
Driven to distraction, I was captured by the game
I have often wondered why I ever wanted to
Leave these scattered hours behind me
And speed myself to you.

I choose never to forget,
I want our lips to kiss and our limbs to entwine
Let our bodies be twisted but never our minds

Is this love? Is this love? Is this love? Is this love?
Set to work idle hands shake these thoughts
Had I planned them they never would be teasing me
As viciously as these

I would not have believed you, had I never seen
Now you and I are intimately pictured in my dreams
I could not forsake you all for tumbling away
And If I live in wonderland I'm better off this way

I choose never to forget
I want our lips to kiss and our limbs to entwine
Let our bodies be twisted but never our minds

Is this love? Is this love? Is this love? Is this love?
Set to work idle hands shake these thoughts
Had I planned them they never would be teasing me
As viciously as these

Is this love? Is this love? Is this love? Is this love?
 


música is this love? - alison moyet

publicado por mafalda às 09:18 | link do post | comentar | ver comentários (14)

Sexta-feira, 9 de Janeiro de 2009

Isto não acontecia há uns bons 16/17 anos, andava eu na terceira ou na quarta classe!

Mesmo sendo pouca coisa, é oficial:

 

ESTÁ A NEVAR EM VALE DE CAMBRA!!!

 


tags:

publicado por mafalda às 14:01 | link do post | comentar | ver comentários (63)

Quinta-feira, 8 de Janeiro de 2009

(imagem retirada da internet)
 
Caída Do Céu...
 

Eu estava na estação de comboios alheia ao que passa à minha volta. A confusão era tanta que eu mal percebia os meus pensamentos... 

Tinha de sair daquela cidade!
Sofrer por alguém é pior do que sofrer por nós!
Eu amava-o! Ele nunca chegou a amar-me!
Durante anos (sim, anos!) submeti-me a uma condenação de tortura constante... Aquela tortura interior que nos leva a olharmos para nós e gritar:
- Não és digna do espaço que ocupas no mundo! És ridícula!
Chegou o dia de parar com o tormento!
E na estação de comboios eu estava...
 
Ao olhar para os meus alunos só conseguia pensar na minha filha de seis anos que estava algures numa estação de comboios a quilómetros de distância.
A minha cunhada (irmã da minha falecida mulher) estava encarregue de trazer a miúda até cá mas, à última da hora (já eu estava dentro desta sala sem hipótese de escapar), ela telefona-me a dizer que lhe aconteceu um contratempo qualquer que nem ela soube explicar e que não podia acompanhar a pequena na viagem.
- O quê?! - gritei eu.
- Não te preocupes, tenho a certeza de que ela fica bem! Só tens de estar na estação à hora prevista para apanhá-la!
- Apanhá-la?! - voltei a gritar.
Mas ela já tinha desligado!
Que raio de pessoa deixa uma criança de seis anos viajar sozinha de comboio?
Tentei telefonar-lhe de volta, sem sucesso; tentei descobrir o número da estação de comboios onde ela se encontrava mas conseguir que alguém atendesse foi tarefa impossível.
E a olhar para os meus alunos eu estava...
 
Espreitei o relógio... O tempo parecia não passar! Faltavam quarenta minutos para o comboio partir!
O ponteiro dos segundos parecia pesado e arrastava-se... Lento!
Olhei as pessoas... Alguns casais aqui, outros casais acolá; um ou outro turista que passava com a máquina fotográfica em punho; pais que se despediam de filhos; famílias completas com uma certa excitação por estarem prestes a fazer, deduzi eu, a primeira viagem de comboio; uma miúda...
Uma miúda? Bem, com certeza andaria por ali perto alguém da sua família mas, pelo sim, pelo não, decidi ficar de olho na criança. Em bicos de pés espreitei mais longe! Ninguém parecia importar-se com aquela bonequinha! Decidi aproximar-me!
Dos seus enormes olhos azuis saia o espanto com que ela olhava enfeitiçada para o enorme comboio que estava à sua frente!
- Olá!
Silêncio!
- Gostas de comboios?
Silêncio!
- A tua mamã?
Os olhos azuis pousaram em mim... 
- A tua mamã? Sabes dela?
- Morreu! 
"Morreu" não é aquilo que se quer ouvir de uma criança, principalmente quando se pergunta pela mãe.
- Estás perdida?
- Tenho de entrar no comboio! A minha tia disse-me que era este mas ele está parado há tanto tempo!
- Isso às vezes acontece! A tua tia onde está?
- Ela teve de ir embora!
- Está cá mais alguém contigo?
- Não! O meu papá está onde o comboio vai parar.
- Posso ver o teu bilhete?
A mãozinha saiu de bolso e consigo trazia o bilhete.
- Sabes o que é muito bom? Eu também vou para o mesmo sítio! Podemos conversar durante a viagem, podemos fazer jogos...
- Podemos contar adivinhas? - perguntou-me com um enorme sorriso.
- Claro que sim! Mas tens a certeza que não está cá ninguém à tua procura?
- A minha tia foi embora.
- Chamo-me Cláudia e tu?
- Estrela!
 
Tic-tac...
Como estaria a Estrelinha?
Os meus alunos olhavam para mim como se esperassem alguma coisa mas eu não tinha cabeça para aquilo...
Queria abraçar com a minha estrelinha!
Como estaria ela? Assustada, com certeza!
 
A viagem não poderia ter corrido melhor!
Conversamos, contamos adivinhas, inventámos jogos até que ela adormeceu no meu colo.
A Estrela tinha apenas seis anos mas tinha uma inteligência muito desenvolvida!
Estávamos quase a chegar ao destino quando eu tive de a acordar do seu sono e vê-la abrir os enormes olhos azuis foi um momento mágico.
 
Finalmente!
O comboio chegou!
Onde está a minha Estrela? Já sairam tantas pessoas! Será que ela não entrou no comboio? Não, a irresponsável da minha cunhada disse que ficava lá até ela entrar!
 
- Vamos esperar que estas pessoas saem e depois saimos nós. Está bem? Vais ter de olhar bem para encontrares o teu papá!
 
O comboio está quase vazio e nem sinal da minha menina!
É ela? Sim, já estou a vê-la! Que alívio!
Quem é aquela que vem de mão dada com a minha estrelinha? 
- Papá!!! - ela gritou e eu corri para ela.
 
- Papá!!! - ela gritou ao mesmo tempo que largou a minha mão e desatou a correr.
- Você deve ser o Carlos! Eu sou a Cláudia! Conheci a sua filha antes de entrar no comboio e decidimos fazer companhia uma à outra.
- Não sabe como lhe estou agradecido! A desgraçada da tia ficou em acompanhá-la mas teve de ir fazer sei lá o quê... Nem sei como agradecer!
- Eu sei! A Estrela contou-me onde fica a vossa casa e eu vou para lá perto... Será que me pode dar boleia?
- Claro!
 
Há muito tempo que não via a Estrela tão contente como naquela tarde... Alegre, distraída e muito faladora.
Conhecer a Cláudia foi um bom presságio! Ela vai ficar perto de nossa casa e a Estrela poderá vê-la sempre que quiser.
Finalmente a Estrela tem uma presença feminina na sua vida, a mãe morreu quando ela ainda mal dava os primeiros passos e a tresloucada da tia não é boa influência!
Talvez para mim também seja bom... 
Talvez convide a Cláudia para um café.
 
A viagem de carro foi tão boa como a de comboio. Conhecer a Estrela e o seu pai foi um bom presságio para o começo da minha nova vida!

 

Poderei ver a Estrelinha sempre que quiser; as nossas casas ficam próximas... E, cá entre nós, se o Carlos me convidar para um café, sou capaz de aceitar! 
 
nota: texto de ficção criado por mim para a "Fábrica de Histórias"

 

 

Jóga - Bjork

All these accidents that happen
Follow the dot
Coincidence makes sense
Only with you
You don't have to speak - i feel

Emotional landscapes
They puzzle me
Then the riddle gets solved
And you push me up to this

State of emergency

How beautiful to be
State of emergency

Is where i want to be

All that no-one sees
You see
What's inside of me
Every nerve that hurts you heal
Deep inside of me
You don't have to speak - i feel

Emotional landscapes
They puzzle me, confuse
Then the riddle gets solved
And you push me up to this

State of emergency

How beautiful to be
State of emergency

Is where i want to be

State of emergency
How beautiful to be

Emotional landscapes
They puzzle me
Then the riddle gets solved
And you push me up to this

State of emergency
How beautiful to be
State of emergency
Is where I want to be

 


música jóga - bjork

publicado por mafalda às 21:46 | link do post | comentar | ver comentários (16)

"Uma dona de casa e o seu marido, Procurador.

Um persa, dono de uma loja.

Dois polícias detectives que são também amantes.

Um director de televisão afro-americano e a sua melhor.

Um mexicano, serralheiro.

Dois ladrões de automóveis.

Um polícia recruta.

Um casal coreano de meia idade.

 

Todos vivem em Los Angeles.

E durante as próximas 36 horas irão entrar em colisão..."

 

 

 

Será que estamos destinados a escolher um certo caminho? A conhecer certas pessoas?

Será que estamos destinados a passar por certas experiência para que possamos crescer/evoluir?

 

"É a sensação de toque.

Faz-nos tanta falta, que esbarramos nos outros para sentir alguma coisa."

 


tags:

publicado por mafalda às 10:32 | link do post | comentar | ver comentários (18)

mais sobre mim
Julho 2017
Dom
Seg
Ter
Qua
Qui
Sex
Sab

1

2
3
4
5
6
7
8

9
10
11
12
13
14
15

16
17
18
19
20
21
22

23
24
25
26
27
28
29

30
31


posts recentes

ao rapaz com olhos cor de...

saudades

revolta.............

o amor

isto da angelina jolie...

repete lá isso, faxa vor!...

vamos ao circo...

não há quem (n)os entenda

hoje é assim....

e já passou um ano...

arquivos

Julho 2017

Fevereiro 2017

Janeiro 2015

Junho 2013

Maio 2013

Dezembro 2011

Novembro 2010

Abril 2010

Março 2010

Fevereiro 2010

Janeiro 2010

Dezembro 2009

Novembro 2009

Outubro 2009

Setembro 2009

Agosto 2009

Julho 2009

Junho 2009

Maio 2009

Abril 2009

Março 2009

Fevereiro 2009

Janeiro 2009

Dezembro 2008

Novembro 2008

Outubro 2008

Setembro 2008

Agosto 2008

Julho 2008

Junho 2008

Maio 2008

Abril 2008

Março 2008

Fevereiro 2008

tags

"se"

2009

21 gramas

3 doors down

30 rock

30 seconds to mars

a arte de comer oreo's

a família addams

a importância de ter um blog

a walk to remember

adam gontier

adam lambert

adele

aerosmith

akon

alesha dixon

alison moyet

amanhecer

apocalyptica

ascenção e queda

audioslave

avril lavigne

bandas sonoras

barack obama

bella morte

bella swan

beyoncé

birthday

bjork

bombons chineses

chris brown

coisa de miúdos

coldplay

crepúsculo

dancing the dream

de cor e salteado

de mim para vocês

desafios

dido

doce novembro

eclipse

edward cullen

entre a morte e a vida

evanescence

fábrica de histórias

filipa

fingertips

futebol

guano apes

guns n' roses

haja paciência

him

inxs

james morrison

jared leto

joana

katie melua

lamb

lidia

linkin park

livro do desassossego

lua nova

lua nova trailler

maria fátima soares

meu blog na revista brasileira de música

mian mian

michael jackson

muse

música para os meus ouvidos

natal

natalie imbruglia

ne-yo

nelly furtado

nós

o estranho caso de benjamin button

o principezinho

o que aqui revelo é para ficar entre nós

pablo neruda

paulo coelho

pearl jam

pedro khima

pérolas

pink

placebo

que surpresa tão linda

quem quer ser bilionário

rilke

rita redshoes

saint-exupéry

seal

simple plan

stephenie meyer

system of a down

teorias da conspiração

the rasmus

tokio hotel

último post

vikas swarup

whitney houston

within temptation

todas as tags

favoritos

Quero-te

Insónia

É À NOITE

Esfera

Palavras

ESSES TEUS CINCO SENTIDOS...

É

Porque não pára o tempo?

Confiança

Alma

links
blogs SAPO
subscrever feeds