Os meus olhos estão abertos mas nada vêm para além da tua expressão delicada de menino anjo que nunca há-de abandonar o esqueleto que sou. Nem tudo acontece como sonho e os anos passam por mim como se nunca nada do que me faz parte termine com o nome de "morte". Estou tão cansada! O meu coração parece que vai explodir e a minha cabeça parece fazer parte de um outro corpo. Não estou aqui... Não quero estar! O mundo roda à velocidade que tem de rolar e eu permaneço estática como espantalho perdido algures num labirinto como o nome de "desorientação". Sinto-me cansada! Cansada dos passos que nunca me levam a lugar algum, cansada das palavras que sempre soam a falsa simpatia. Os meus olhos, maiores inimigos, continuam a projectar a tua face delicada que nem a barba é capaz de desenfeitar. Tenho tantos motivos para ser feliz, tenho tantas razões para me sentir completa, mas falta-me a essência. Faltas-me tu! Estou tão cansada de te procurar. Por vezes o meu desejo é deixar-me esquecida naquele canto escuro onde poderei apodrecer sem ser incomodada, mas o meu coração é que me guia e ele diz-me que o caminho tem o nome "não o esqueças". E eu não te esqueço. Perdi a capacidade de chorar, apenas sei encolher os ombros; é como se a minha missão tivesse terminado e eu, sem alcançar o sucesso, só tenho de baixar os braços e deixar-me vencer. Estou cansada! O aperto que mora no meu coração veio para ficar e a minha cabeça continua a latejar por diversas e estranhas formas ao longo do dia e da noite. Quero ficar quieta, deitada no chão, deixar que o cansaço me consuma por uma vez; pode ser que se torne menos doloroso. Queria arrancar os olhos para não ter que te ver mas estás tão entranhado em mim que a única solução será morrer. Adeus! Num outro mundo... Quem sabe?
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