Por muito que me custe admitir, por muito que eu diga "não", o dia chegou...
Nunca antes a palavra "fim" teve tanto significado.
Se o choque foi de estrondo, o que se seguiu não acalmou.
Não contive a respiração mas dentro do meu peito tudo parou... Não lembro de sentir o ar a entrar, não lembro de sentir o ar a sair; não lembro de sentir o coração a bater... Fiquei coloda a um lote de emoções que demoraram a passar e que sempre farão parte de mim.
Agora sei! Afinal não dramatizei!
Terá mesmo de ser assim?!
Sozinha não digo que estou mas à volta tudo parou, talvez por solidariedade com os meus sentimentos que voaram e voaram em direções opostas como se o mundo não passasse de um único segundo e eu... Fiquei a olhar para ti!
Comecei, inocente e sem más intenções; mas comecei e acabei naquele momento... Foi o princío do fim... Um fim que já estava predestinado mas que nunca antes acreditei tanto nele como acredito agora e aos poucos, tão aos poucos, eu sei, tenho a certeza, de que não houve um princípio.
E a palavra "fim" nunca teve tanto significado como tem... Nenhum dicionário poderá explicar o calor de cada letra, a dor (que afinal não é dor, é apenas espanto) de cada letra; o quanto me custou escrever cada letra!
Mas eu sabia... Mas saber nao é ter certeza é apenas ter noção... Mas sem acreditar! Agora acredito!
Acredito porque vi e vou continuar a ver sempre que tenha saudades tuas! Nada daquilo me transtorna, nada daquilo me afecta como afectou a desorientação pela qual passei em tempos que contei... Hora por hora, minuto por minuto.
Nunca o fim fez tanto sentido como agora! E é estranho as lágrimas quererem saltar só agora; talvez só agora eu tenho dado a informação ao coração.
Já sinto o coração a bater e ele bate tanto que até assusta! Já ouço a música que vai tocando, longe mas tão perto, já tenho noção do aperto que se transformou a minha voz... Não falo!
Não me sai uma única palavra!
"Respira!", penso. "O pior já passou!", engano-me!
O pior acabou... De começar! Vou ficar a ordenar as ideias e a cismar no que não deveria pois já era mais do que previsto que nada do que pensei fosse dar certo.
Mas vou pensar de novo! Vou chorar de novo! Vou lamentar e amaldiçoar ser tão criança neste mundo de gente crescida!
Serei inocente?!
Não aprendi nada... Talvez não queira aprender porque isso seria admitir que falhei e eu... Eu não falho, eu não erro... Eu sou cega ao ponto de pensar que o meu caminho é o caminho certo. E o caminho de agora leva-me de volta aquele canto escuro, preto, frio, gelado, onde arranho a parede na esperança de encontrar uma porta.
É o fim... E tudo parou por segundos eternos que apagaram as recordações que tão cuidadosamente guardei no teu cantinho no meu coração.
Nunca antes a palavra "desolação" teve tanto significado...
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