Um Sonho Tornado Realidade
Era uma vez uma menina pobre que sonhava ser, um dia, muito famosa e rica. Essa menina imaginava-se a correr o mundo, cantando as canções que gostava.
Um dia, a menina ia a caminho da casa e pensava em como desejava ser rica como as meninas da escola dela, ter uma casa grande, ter vestidos bonitos e ter muitos amigos. Mas não; a menina tinha uma casa pequenina, apenas tinha um vestido bonito e não tinha amigos.
O pai era sapateiro, tinha ido arranjar trabalho numa terra muito longe daquela onde nascera. A mãe lavava roupa em casa de gente rica.
A menina sentia-se sozinha e triste.
Um dia, chegou a terrível notícia de que o seu pai tinha morrido. A mãe não aguentou e acabou por morrer passado dois meses.
A menina não tinha parentes próximos, então passava os dias entre a casa e a escola. Quando estava em casa, a menina chorava e pensava em como seria bom ser famosa e rica; desejou tanto, tanto, tanto até que lhe apareceu uma fada madrinha, vestida como uma pessoa normal. E disse à menina:
- Ola, Dolores. Chamo-me Abigaíl e venho de uma instituição onde adoptam crianças. Estou disposta a dar-te uma casa e alegria; num lugar muito diferente deste. Terás roupas novas, muitos amigos e poderás realizar os teus sonfos.
A menina parou um momento e pensou na última frase: "e poderás realizar os teus sonhos". O que seria que Abigaíl queria dizer com aquilo? Então a menina lembrou-se das histórias que a mãe lhe contava. Nessas histórias havia sempre uma fada que realizava os desejos aos meninos pobres.
- E que tal se eu fôr para sua casa apenas uns dias? Se eu gostar, fico; se não gostar, volto - disse a menina.
Abigaíl concordou dizendo-lhe:
- Concordo. Mas uma coisa é certa: tu vais gostar. E muito!
A menina arranjou as suas coisa e partiu. Ao chegar ao sítio, ficou maravilhada. Via montes de pessoas, casas grandes, muitas coisas que só via nos seus sonhos.
Ao chegar a casa de Abigaíl, a menina não pdia acreditar no que via: era uma casa enorme, com um grande jardim e muitos brinquedos só para ela.
Depois de arrumar as suas coisas no seu novo quarto, a menina e Abigaíl foram comprar roupas novas e bonitas.
A menina decidiu ficar a morar naquele sítio novo. A casa de Abigaíl era linda, mas o mais estranho é que lá moravam os criados de Abigaíl, morava Abigaíl e, agora, morava a menina; era uma casa muito grande para aquelas poucas pessoas.
Logo no primeiro dia de aulas, a menina arranjou muitos amigos; muitos mais do que aqueles que imaginava algum dia ter.
Tinham passado dez anos. Abigaíl achou que era altura de contar toda a verdade à menina. Chamou-a e disse-lhe:
- Dolores, tenho de te contar uma coisa. Eu não sou uma pessoa normal.
- O que é que queres dizer com isso? - perguntou-lhe a menina, um pouco baralhada.
- Eu sei como desejavas ter amigos, como gostarias de ter uma casa grande e sei, também, como gostarias de ser uma cantora famosa. - disse Abigaíl.
- Mas como? Eu nunca disse nada disso a ninguém! Sim, confesso que é verdade. Mas como é que tu sabes? - disse a menina, em tom de desespero.
- Tem calma, Dolores - disse Abigaíl - Eu sou uma fada que tem como função ajudar os meninos como tu. Depois da morte dos teus pais, achei que era hora de te trazer para cá. Agora acho que é altura de realizar o teu maior sonho; vai ao jardim e lá encontrarás os teus amigos. Eles estão prontos para irem contigo percorrer o mundo, cantando aquelas canções que vocês ensaiam todos os dias.
A menina foi ter com os amigos, tal como Abigaíl lhe dissera. Quando lá chegou, reparou que havia montes de instrumentos numa carrinha. Ao avistar a menina, os colegas entraram na carrinha. A menina voltou para trás e disse a Abigaíl:
- Como é que eu te posso agradecer?
Em tom muito meigo, Abigaíl respondeu:
- Minha querida Dolores, este é o caminho que te está destinado; eu apenas dei uma ajuda.
A menina agarrou-se a Abigaíl e, pela primeira vez desde que ali chegou, a menina chorou, chorou, chorou, dizendo:
- Nunca te vou esquecer; foste muito mais do que minha mãe. Mas... Eu posso visitar-te?
Abigaíl disse que não com a cabeça. Depois apontou para o céu e disse:
- Eu andarei por aí.
A menina deu-lhe uma abraço longo, um último abraço. Sem dizer mais nada, recomeçou a chorar. Abigaíl deitou uma lágrima que apanhou com a mão. A lágrima de Abigaíl transformou-se num lindo cristal.
- Isto irá dar-te sorte, apesar de não precisares.
- Vou guardá-lo para sempre - disse a menina, limpando a cara com uma mão.
Saíu do quarto, desceu as escadas e, antes de entrar para a carrinha, deitou um último olhar à maravilhosa casa e pensou:
- Nunca mais vou esquecer este lugar, nem Abigaíl.
Ao dizer "Abigaíl", a mulher apareceu à janela, vestida de fada, e acenou à menina dizendo-lhe adeus. A menina fez igual e entrou na carrinha.
Horas mais tarde, estava no primeiro concerto de uma grande lista.
A menina tinha realizado o seu sonho. Ela era, agora, muito rica e toda a gente a conhecia; era realmente famosa. Comprava montes de brinquedos, de roupa e de comida e, todos os dias, ia oferecê-los aos meninos pobres.
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