Quarta-feira, 17 de Dezembro de 2008

(imagem retirada da internet)

 

Meia-Noite E Uma Visita
 
Ao longe os sinos tocaram
E do seu sonho ela acordou
Meia-noite os ponteiros mostravam
E não mais ela se deitou
 

Sozinha… Estava sozinha

No seu quarto e em todo o mundo

Naquela enorme cama fria

Na sua vida, no seu infortúnio

 

Da janela via a neve a cair

E as luzes que anunciavam o Natal

Mas ela não o queria sentir…

Era só mais uma época banal

 

Com passos leves e o cabelo apanhado

Deixou tudo para trás, deixou o quarto

Sem querer olhou e viu… O calendário

Era dia de magia, era dia vinte e quatro

 

Desceu as escadas, sem vontade

Degrau após degrau, com leveza

Iria ela a caminho da verdade?

Ou esbarraria na eterna incerteza?

 

Foi então que ouviu alguém dizer:

- Mostro-te o quanto estás errada!

O susto quase a fez desfalecer

Ficou com a respiração cortada

 

- Vem! Não tenhas medo

Não quero nem vou te magoar

Sou um simples mensageiro

Com uma palavra para te dar!

 

Ela estava parada, quieta, assustada

A sentir as batidas do seu coração

De onde viria aquela voz adocicada?

Do tecto, do canto, da parede, do chão?

 

Ela não o via, não sabia o que pensar

Estaria ela na sua cama a dormir?

Estaria a enlouquecer, estaria a sonhar?

Mas ela sabia que o estava a sentir.

 

Ela sabia que estava ali alguém

Não tinha dúvida quanto aquela presença

Como era possível? Não via ninguém!

Mas a voz… Na voz notou uma parecença

 

Uma estrela cadente passou; foi magia

E o brilho reflectiu o impossível de se ver

Ali naquela sala estava o homem da sua vida

O mesmo homem que dias antes vira morrer

 

O frio fugiu, foi o espanto que o escondeu

Veio uma nova esperança, chegou o calor

O desejo pelo abismo assim se perdeu

E o coração abriu-se, ofuscou-se a dor

 

- Não é possível! Não pode ser!

- Sou eu! Não tenhas medo de mim!

- Não! Devo estar a enlouquecer!

- Isto não tem de ser o teu fim!

 

O tempo parou! Já era dia vinte e cinco

Ela não acreditava no que estava acontecer

Mas sabia que havia algo de esquisito

Não poderia ser ele, ele deixara de viver!

 

- Sou eu! Dá-me a tua mão!

Ele pediu e ela obedeceu

Sentiu o toque no seu coração

E o mundo estremeceu

 

Sim, era ele que a olhava

Era ele que agora sorria

Ela apenas chorava

Ela por ele morreria

 

A neve caía, caía sem parar

O relógio contava o tempo

Palavras e lágrimas no ar

À volta de um grande tormento

 

Ela não sabia o que dizer

Era impossível ele estar à sua frente

Mas ele olhava para ela sem sofrer

Seria a morte o seu presente?

 

Juntos lembraram um acidente

Um acidente que fora fatal

Um acidente que a deixou descrente

Um acidente a poucos dias do Natal

 

E agora ela vivia na esperança de partir

No seu mundo mais nada faria sentido

Ele morreu e ela quis morrer a seguir

Na sua vida o amor ficara perdido

 

Mas ele estava mesmo ali, ela sem acreditar

Ele dava-lhe palavras de incentivo

Ela não queria nada daquilo escutar

Mas ele não se cansou, foi exaustivo

 

- Tens de aceitar, tens de compreender!

Ele disse mas ela não queria…

- Sem ti? Eu sem ti não sei viver!

Ela respondeu e ele sorria…

 

- Ouve, meu anjo, não te irei abandonar

Eu sou apenas mais uma estrela

Uma estrela que te vai iluminar

Sempre que te sentires pequena

 

- Mas tu foste e eu fiquei

Eu fiquei aqui sozinha

Quase que sufoquei

Como posso perdoar a vida?

 

- És forte! Eu sei! Eu conheço-te!

E eu estarei sempre contigo

Quando quiseres adormeço-te

E nos meus braços levo-te comigo

 

- E quando eu acordar?

- Será um novo dia!

- Comigo tu vais estar?

- Nunca te deixarei sozinha!

 

Mais uma lágrima que ela deixou cair

Mais uma dor que saiu do seu coração

Ela queria acreditar no que estava a ouvir

Queria acreditar com toda a devoção

 

Ele estendeu os braços para a abraçar

E ela caminhou para ele com determinação

Um trovão fez a electricidade falhar

Deixou de o ver, desaparecera na escuridão

 

As luzes voltaram a fazer-lhe companhia

Aquela sala nunca lhe parecera tão enorme

Estava de novo num cenário sozinha

Mas lembrava-se das palavras… Ela era forte

 

Olhou para a árvore enfeitada

A árvore que estava esquecida

E viu uma caixa embrulhada

Uma caixa que ela não conhecia

 

Desembrulhou com cuidado

Desembrulhou apavorada

E qual não foi o seu espanto

Ao ver o que a caixa guardava

 

Um lindo anel brilhava intensamente

A fazer-lhe companhia estava um cartão:

“Olá, meu anjo, não esqueci o teu presente

Estás sempre comigo e eu estou no teu coração

 

Por isso vive alegre, vive sem sofrer

Vive, meu anjo, eu continuo a te amar”

Ela colocou o anel e sentiu-se a viver

E abriu os braços ao que a vida tinha para dar.

 

nota: texto de ficção criado por mim para a "Fábrica de Histórias"; não era suposto ser escrito em quadras.

 

Breathe No More - Evanescence

 

I've been looking in the mirror for so long,

That I've come to believe my soul's on the other side.

All the little pieces falling, shattered.

Shards of me too sharp to put back together.

Too small to matter,

But big enough to cut me in to so many little pieces if I try to touch her.

 

And I bleed. I bleed.

And I breathe. I breathe, no more

 

I take a breath and I try to draw from my spirits well.

Yet again you refuse to drink like a stubborn child.

Lie to me convince me that I've been sick forever.

And all of this will make sense when I get better.

But I know the difference between myself and my reflection.

I just can't help but to wonder which of us do you love.

 

So I bleed. I bleed.

And I breathe.

I breathe no,

Bleed. I bleed.

And I breathe. I breathe. I breathe. I breathe, no more.

 


música breathe no more - evanescence

publicado por mafalda às 23:14 | link do post | comentar

10 comentários:
De Bichana a 18 de Dezembro de 2008 às 10:38
Grande feito Mafaldinha!!!
Como é que conseguiste contar uma história tão longa em quadras???? Espectáculo! Estou estupefacta...Parabéns.
Bjnhos


De mafalda a 19 de Dezembro de 2008 às 09:42
obrigada!
uma boa dose de inspiração e um bom "mestre" fazem milagres ;)
estou mesmo muito muito muito contente por teres gostado... tinha imaginado as quadras mas não pensei que fosse sair alguma coisa apresentável.
beijinhos.


De pingodemel a 18 de Dezembro de 2008 às 11:11
olá miguinha

...adorei ... natal é sem dúvida esperança ... e ás vezes precisamos de acreditar para conseguir continuar a viver...

beijinhos


De mafalda a 19 de Dezembro de 2008 às 09:44
bom dia, miguinha.
obrigada!
concordo contigo...
beijinhos.


De Cloudy a 18 de Dezembro de 2008 às 12:23
Excelente, não só a história como toda a composição do texto. Para não ser suposto o texto ser em quadras saíste-te muito bem! Parabéns!


De mafalda a 19 de Dezembro de 2008 às 09:46
obrigada, amiga.
não era suposto ser em quadras seguindo as "regras" que nos foram apresentadas no post da "fábrica de histórias", ou seja, não era um requisito.
assim que eu li o tema pensei logo em fazer qualquer coisa deste género... só não estava a acreditar que conseguia fazê-lo ;) mas cá está o resultado e estou muito contente por teres gostado.
beijinhos.


De Sorriso ツ a 18 de Dezembro de 2008 às 13:33
Ora bolas, amiga! Fiquei sem palavras! Está lindo! Como é que conseguiste, ainda por cima em quadras? Uau! Está mesmo muito bom, não... muito bom é pouco, está excelente! Por isso é que a cada post que fazes eu fico com mais certeza das tuas grandes capacidades de escritora!

Beijocas, minha escritora favorita! ;)


De mafalda a 19 de Dezembro de 2008 às 09:48
:)
obrigada! és uma querida...
como consegui? uma boa dose de inspiração dada por um bom "mestre" ;)
fico muito contente por saber que gostaste... eu não pensei que o resultado final ficasse minimamente bom, aliás, nem sequer pensei que conseguia contar assim a história.
mas o resultado está à vista ;)
beijinhos.


De Apaixonada a 18 de Dezembro de 2008 às 13:54
Ainda bem que gostas-te do conto querida,também gostei do teu e p.s também sou uma fa de evanescence (:
Beijinho


De mafalda a 19 de Dezembro de 2008 às 09:48
obrigada ;)
beijinhos.


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