(imagem retirada da internet)
Sozinha… Estava sozinha
No seu quarto e em todo o mundo
Naquela enorme cama fria
Na sua vida, no seu infortúnio
Da janela via a neve a cair
E as luzes que anunciavam o Natal
Mas ela não o queria sentir…
Era só mais uma época banal
Com passos leves e o cabelo apanhado
Deixou tudo para trás, deixou o quarto
Sem querer olhou e viu… O calendário
Era dia de magia, era dia vinte e quatro
Desceu as escadas, sem vontade
Degrau após degrau, com leveza
Iria ela a caminho da verdade?
Ou esbarraria na eterna incerteza?
Foi então que ouviu alguém dizer:
- Mostro-te o quanto estás errada!
O susto quase a fez desfalecer
Ficou com a respiração cortada
- Vem! Não tenhas medo
Não quero nem vou te magoar
Sou um simples mensageiro
Com uma palavra para te dar!
Ela estava parada, quieta, assustada
A sentir as batidas do seu coração
De onde viria aquela voz adocicada?
Do tecto, do canto, da parede, do chão?
Ela não o via, não sabia o que pensar
Estaria ela na sua cama a dormir?
Estaria a enlouquecer, estaria a sonhar?
Mas ela sabia que o estava a sentir.
Ela sabia que estava ali alguém
Não tinha dúvida quanto aquela presença
Como era possível? Não via ninguém!
Mas a voz… Na voz notou uma parecença
Uma estrela cadente passou; foi magia
E o brilho reflectiu o impossível de se ver
Ali naquela sala estava o homem da sua vida
O mesmo homem que dias antes vira morrer
O frio fugiu, foi o espanto que o escondeu
Veio uma nova esperança, chegou o calor
O desejo pelo abismo assim se perdeu
E o coração abriu-se, ofuscou-se a dor
- Não é possível! Não pode ser!
- Sou eu! Não tenhas medo de mim!
- Não! Devo estar a enlouquecer!
- Isto não tem de ser o teu fim!
O tempo parou! Já era dia vinte e cinco
Ela não acreditava no que estava acontecer
Mas sabia que havia algo de esquisito
Não poderia ser ele, ele deixara de viver!
- Sou eu! Dá-me a tua mão!
Ele pediu e ela obedeceu
Sentiu o toque no seu coração
E o mundo estremeceu
Sim, era ele que a olhava
Era ele que agora sorria
Ela apenas chorava
Ela por ele morreria
A neve caía, caía sem parar
O relógio contava o tempo
Palavras e lágrimas no ar
À volta de um grande tormento
Ela não sabia o que dizer
Era impossível ele estar à sua frente
Mas ele olhava para ela sem sofrer
Seria a morte o seu presente?
Juntos lembraram um acidente
Um acidente que fora fatal
Um acidente que a deixou descrente
Um acidente a poucos dias do Natal
E agora ela vivia na esperança de partir
No seu mundo mais nada faria sentido
Ele morreu e ela quis morrer a seguir
Na sua vida o amor ficara perdido
Mas ele estava mesmo ali, ela sem acreditar
Ele dava-lhe palavras de incentivo
Ela não queria nada daquilo escutar
Mas ele não se cansou, foi exaustivo
- Tens de aceitar, tens de compreender!
Ele disse mas ela não queria…
- Sem ti? Eu sem ti não sei viver!
Ela respondeu e ele sorria…
- Ouve, meu anjo, não te irei abandonar
Eu sou apenas mais uma estrela
Uma estrela que te vai iluminar
Sempre que te sentires pequena
- Mas tu foste e eu fiquei
Eu fiquei aqui sozinha
Quase que sufoquei
Como posso perdoar a vida?
- És forte! Eu sei! Eu conheço-te!
E eu estarei sempre contigo
Quando quiseres adormeço-te
E nos meus braços levo-te comigo
- E quando eu acordar?
- Será um novo dia!
- Comigo tu vais estar?
- Nunca te deixarei sozinha!
Mais uma lágrima que ela deixou cair
Mais uma dor que saiu do seu coração
Ela queria acreditar no que estava a ouvir
Queria acreditar com toda a devoção
Ele estendeu os braços para a abraçar
E ela caminhou para ele com determinação
Um trovão fez a electricidade falhar
Deixou de o ver, desaparecera na escuridão
As luzes voltaram a fazer-lhe companhia
Aquela sala nunca lhe parecera tão enorme
Estava de novo num cenário sozinha
Mas lembrava-se das palavras… Ela era forte
Olhou para a árvore enfeitada
A árvore que estava esquecida
E viu uma caixa embrulhada
Uma caixa que ela não conhecia
Desembrulhou com cuidado
Desembrulhou apavorada
E qual não foi o seu espanto
Ao ver o que a caixa guardava
Um lindo anel brilhava intensamente
A fazer-lhe companhia estava um cartão:
“Olá, meu anjo, não esqueci o teu presente
Estás sempre comigo e eu estou no teu coração
Por isso vive alegre, vive sem sofrer
Vive, meu anjo, eu continuo a te amar”
Ela colocou o anel e sentiu-se a viver
E abriu os braços ao que a vida tinha para dar.
nota: texto de ficção criado por mim para a "Fábrica de Histórias"; não era suposto ser escrito em quadras.
Breathe No More - Evanescence
I've been looking in the mirror for so long,
That I've come to believe my soul's on the other side.
All the little pieces falling, shattered.
Shards of me too sharp to put back together.
Too small to matter,
But big enough to cut me in to so many little pieces if I try to touch her.
And I bleed. I bleed.
And I breathe. I breathe, no more
I take a breath and I try to draw from my spirits well.
Yet again you refuse to drink like a stubborn child.
Lie to me convince me that I've been sick forever.
And all of this will make sense when I get better.
But I know the difference between myself and my reflection.
I just can't help but to wonder which of us do you love.
So I bleed. I bleed.
And I breathe.
I breathe no,
Bleed. I bleed.
And I breathe. I breathe. I breathe. I breathe, no more.
meu blog na revista brasileira de música
o estranho caso de benjamin button
o que aqui revelo é para ficar entre nós