- Esta pulseira - percorreu o meu pulso com o dedo. - Vais usá-la muitas vezes?
Encolhi os ombros.
- Porque não vais querer magoar os meus sentimentos - sugeriu de uma forma perspicaz.
- Sim, suponho que sim.
- Então não achas que seria mais justo se eu também estivesse representado? - perguntou, olhando para a minha mão enquanto falava.
Virou a palma para cima e com o dedo percorreu as veias ao longo do meu pulso.
- Representado?
- Um símbolo, qualquer coisa que te fizesse lembrar de mim.
- Mas tu estás em cada um dos meus pensamentos. Não preciso de lembranças.
- Se te oferecesse algo, usavas? - insistiu.
- Uma peça herdada? - procurei confirmar.
- Sim, já a tenho há algum tempo - disse, fazendo o seu sorriso angelical.
Se era a sua única reacção ao presente de Jacob, então aceitaria de bom grado.
- Se isso te faz feliz...
- Já reparaste na desigualdade? - perguntou, desta vez com um tom acusador. - Porque eu já reparei.
- Que desigualdade?
Edward semicerrou os olhos.
- Toda a gente acaba por se safar e oferecer-te presentes. Toda a gente menos eu. Adoraria ter-te oferecido um presente de formatura mas não o fiz. Sabia que ia perturbar-te mais do que o presente de qualquer outra pessoa. E isso é tremendamente injusto. Como é que podes explicar isso?
- É fácil - encolhi os ombros. - Tu és mais importante do que toda a gente. E já te ofereceste a mim. Na verdade, isso é mais do que eu mereço e qualquer outra coisa que me dês só nos vai deixar mais desequilibrados.
Ele pensou um pouco no que tinha acabado de dizer e depois revirou os olhos.
- A ideia que fazes de mim é hilariante.
Bella Swan e Edward Cullen, "Eclipse", Stephanie Meyer
Ia eu toda lampeira à Worten (passo a publicidade) cá da zona comprar o livro "Amanhecer"; sim, eu já o tinha cá mas era o da biblioteca, como ia comprá-lo mais cedo ou mais tarde, decidi comprar já e devolver o outro para que a lista de requesitantes possa avançar.
E como estava a dizer, ia toda lampeira comprá-lo quando me deparo com quinze "Crepúsculo", três ou quatro "Lua Nova", dez "Eclipse" e nada de "Amanhecer". Ainda andei a ver por trás dos outros livros, nas prateleiras temáticas (dicionários, desporto, culinária, etc.) e nada!
- O "Amanhecer", não tem? - pergunto à funcionária.
- De momento, não.
Eu ri-me! É que achei piada ter saído de casa e ter voltado atrás de propósito para ir buscar o livro para devolver à biblioteca e tê-lo devolvido antes de verificar se estava disponível para compra.
Mas eu sou esperta!
Agora à tarde fui à Worten da outra zona (ah pois! aqui há várias "zonas") e...
JÁ TENHO O "AMANHECER"
(...) Guardei os olhos para último, sabendo que quando os fitasse perderia, quase de certeza, a minha linha de pensamento. Eram grandes, quentes e pareciam cheios de ouro líquido, emoldurados por pestanas grossas e negras. Fitar os seus olhos sempre me fizera sentir extraordinária, mais ou menos como se os meus ossos se transformassem em esponja. Estava também um pouco tonta, mas era capaz de ser por me ter esquecido de continuar a respirar. Outra vez...
Olhei para cima, com a intenção de lhe responder através de sarcasmos; mas o seu rosto estava mais próximo do que eu imaginara. Os seus olhos dourados ardiam lentamente, a escassos centímetros de distância, e a sua respiração era fresca ao embater nos meus lábios abertos. Conseguia sentir o sabor do seu hálito na minha língua.
Esqueci-me da resposta inteligente que tinha para lhe dar. Nem do meu nome me lembrava.
- Amo-o. Não porque ele é bonito ou rico! - respondi bruscamente. - Quem me dera que ele não fosse nem uma coisa nem outra. Pelo menos iria diminuir o abismo da diferença que há entre nós... porque ele continuaria a ser a pessoa mais amorosa, altruísta, brilhante e decente que alguma vez conheci. É claro que o amo. Porque é assim tão difícil de entender?
Bella Swan, "Eclipse", Stephenie Meyer
Time Is Running Out - Muse
I think I'm drowning
Asphyxiated
I wanna break this spell
That you've created
You're something beautiful
A contradiction
I wanna play the game
I want the friction
You will be
The death of me
Yeah, You will be
The death of me
Bury it
I won't let you bury it
I won't let you smother it
I won't let you murder it
Our time is running out
And our time is running out
You can't push it underground
We can't stop it screaming out
I wanted freedom
Bound and restricted
I tried to give you up
But I'm addicted
Now that you know I'm trapped
Sense of elation
You'll never dream
Of breaking this fixation
You will squeeze the life out of me
Bury it
I won't let you bury it
I won't let you smother it
I won't let you murder it
Our time is running out
And our time is running out
You can't push it underground
We can't stop it screaming out
How did it come to this?
Yeah, you will suck the life out of me
Bury it
I won't let you bury it
I won't let you smother it
I won't let you murder it
Our time is running out
And our time is running out
You can't push it underground
We can't stop it screaming out
How did it come to this?
*- Não devias mesmo fazer isso às pessoas - critiquei. - Não é muito justo.
- Fazer o quê?
- Deslumbrá-las dessa forma; neste preciso momento, ela deve estar na cozinha a respirar de forma ofegante.
Ele parecia confuso.
- Oh, vá lá - disse com hesitação. - Tu deves ter noção do efeito que exerces nas pessoas.
Inclinou a cabeça para um dos lados e os seus olhos expressaram curiosidade.
- Eu deslumbro as pessoas?
(...)
- E a ti, deslumbro-te?
- Frequentemente - confessei.
Há pessoas assim...
Não sabem, ou não conhecem, aquilo que são, ou aquilo que algumas pessoas julgam que são.
Gosto de me encostar a um canto e ver os seus gestos, os gestos daquela pessoa, ver as suas acções, os seus movimentos, a maneira como fala e o que o faz sorrir, a sua expressão e o que faz os seus olhos brilharem... Gosto de distanciar-me do mundo e focar-me nele, não quando apenas estou eu e ele (isso seria fazer batota) mas sim quando a sala está cheia, quando o barulho se faz ouvir, quando eu estou tão longe que ninguém dá por mim, quando o seu mundo não é o meu mundo.
É nesse momento que consigo perceber o mistério e, ao mesmo tempo, ficar mais intrigada: se por um lado sou atingida pelas certezas de estar perante uma pessoa única, por outro lado fico mais curiosa sobre as suas origens... Bem de certo, alguém assim não pode existir.
Deslumbrar é o termo correcto! Mas há mais: há um novo mundo que existe, que é real ao som das suas palavras; que é criado, que é gerado pelo brilho dos seus olhos; infindável, interminável na intenção dos seus gestos...
Gosto de me encostar a um canto e vê-lo, apenas... Vê-lo!
E tudo ganha um novo sentido!
*- Estás a fazê-lo novamente - disse por entre dentes.
Os olhos dele arregalaram-se de admiração.
- O quê?
- A deslumbrar-me - confessei, tentanto concentrar-me ao voltar a olhar para ele.
- Ah! - franziu o sobrolho.
- A culpa não é tua - afirmei, suspirando. - Não consegues evitar.
* Bella Swan, "Crepúsculo", Stephenie Meyer
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o que aqui revelo é para ficar entre nós